27 MARÇO DIA MUNDIAL DO TEATRO.
Escrito por Jorge Gaspar em Março 27, 2019
Para celebrar consigo o Dia do Mundial do Teatro, fomos descobrir algumas curiosidades relacionadas com esta forma de arte universal, cujas origens remontam à Grécia Antiga e que se mantém, até aos dias de hoje, como uma das mais importantes manifestações artísticas de sempre.
1. AS ORIGENS DO TEATRO
As opiniões dividem-se no que diz respeito à origem do teatro. Por um lado, há informações de que a primeira representação tenha acontecido 2500 anos a.C, no Egipto Antigo, abordando o mito de Osíris e Ísis. No entanto, muitas fontes apontam o século VI a.C, na Grécia, como o momento em que as primeiras performances teatrais surgiram, nomeadamente como resultado das festas dionisíacas que eram realizadas em homenagem a Dionísio, Deus do vinho.
Independentemente das suas origens, o teatro sempre foi encarado como manifestação sagrada, que permitia uma possível aproximação aos Deuses. Na Grécia, os teatros aconteciam durante a Primavera, ao ar livre, e com a utilização de máscaras que não só criavam uma maior relação com o público, como também transmitiam as emoções das personagens da peça.
2. ATÉ AO SÉCULO XVII, O TEATRO ERA APENAS COMPOSTO POR HOMENS
As mulheres estavam proibidas de participar em peças de teatro. Na cultura grega, por exemplo, “permitir que mulheres representassem em público era considerado ‘perigoso’, pelo que quando os homens pegavam nos papéis dedicados ao sexo feminino, esse perigo era neutralizado”. Este sentimento manteve-se até sensivelmente ao século XVII, quando mulheres começaram a ser incluídas num novo tipo de teatro – a ópera. Ainda assim, esta novidade não agradou à Igreja Católica, que mostrou o seu desagrado afirmando que era “impuro” e “impróprio” para as mulheres participarem no teatro.
A primeira actriz a pisar os palcos ingleses foi Margaret Hughes, com o papel de Desdemona em “Otelo”, de William Shakespeare.
“uma leitura por molière” (1728), por Jean-François de Troy.
3. AS PANCADAS DE MOLIÈRE
O dramaturgo Jean-Baptiste Poquelin, no séc. XVII, mais conhecido por Molière, ganhou notoriedade devido às pancadas que dava com o seu bastão, com o objetivo de alertar o auditório para a necessidade de fazer silêncio. Por norma, as pancadas eram tantas quantas as necessárias para o público se acalmar e assistir à peça sem perturbações. Hoje em dia, este sinal, está associado ao aviso de início da sessão.
Sabia que também há uma versão portuguesa das famosas pancadas de Molière? Um trambolho em madeira, suspenso de uma corda e que, por vezes, caía com demasiada força para o mesmo fim. A isto deram-lhe o nome de “diabo vicentino”, tendo as suas origens em Gil Vicente, o primeiro dramaturgo em Portugal.
4. SHAKESPEARE É O AUTOR DA PEÇA MAIS FAMOSA DO MUNDO
Romeu e Julieta é a peça de teatro mais famosa do mundo. Mais de 27 óperas já foram escritas com base na obra de William Shakespeare, já para não falar de espectáculos de ballet, música jazz, musicais, filmes, pinturas e outras formas de arte criadas ao longo dos anos (SoftSchools). Pelo facto de as mulheres ainda não serem permitidas em palco na altura da sua publicação – algures entre 1591 e 1595 -, acredita-se que era um homem a representar Julieta.
A peça mais vezes levada a cena é também de Shakespeare: “Hamlet”. É a obra mais longa do autor, com cerca de 4.042 linhas e acredita-se que o próprio Shakespeare tenha representado o Fantasma, quando a peça subiu pela primeira vez ao palco, no Globe Theathre. O filme da Disney “O Rei Leão” é uma adaptação de “Hamlet”.
au theatre (1910-1915), albert gillaume.
5. A ORIGEM DA FRASE “BOA MERDA” NO TEATRO
A frase, tão conhecida e popularizada, principalmente entre actores e outros integrantes do teatro, tem a sua origem no séc. XVIII, havendo pelo menos duas versões diferentes que justificam a expressão, hoje vista com um certo grau de superstição e equivalente a “boa sorte”. Uma das versões, conta a história de um actor, em França, que no dia da apresentação da peça mais importante da sua vida, encontrou diversos obstáculos; primeiro deparou-se com um incêndio, desviando-se e acabando por se perder. Quando por fim voltou a encontrar o caminho, pisou fezes de um cavalo. Esta peça de teatro acabou por ser a melhor actuação da sua vida, originando uma espécie de superstição.
A outra versão – talvez mais credível -, está associada às pessoas que se deslocavam para assistir a uma peça de teatro. Sendo as carruagens os únicos meios de transporte, na altura, acreditava-se que quanto maior fosse a quantidade de dejectos na rua, maior seria o público que se dirigia ao local do espectáculo.