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366 POEMAS QUE FALAM DE AMOR

Escrito por em Fevereiro 14, 2021

VASCO GRAÇA MOURA

Quetzal Editores
Janeiro de 2019

 

“Só espero que (…), o leitor possa criar também a sua própria antologia e que isso lhe seja ensejo activo para pensamentos e emoções, exaltações e divertimentos, e até, embora isso esteja completamente fora de moda, para qualquer coisa que ainda tenha a ver com lágrimas e suspiros.”

Introdução de 366 Poemas que Falam de Amor, escolhidos por Vasco Graça Moura, editora Quetzal (4.ª ed. 2019)

 

 

 

 

A.M. Couto Viana, Al Berto, Alexandre O’Neill, Almeida Garrett, António Osório, António Ramos Rosa, Camilo Pessanha, Carlos de Oliveira, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Cesário Verde, David Mourão-Ferreira, Eugénio de Andrade, Fernando Assis Pacheco, Fernando Pessoa, Gastão Cruz, Jorge de Sena, Louis Aragon, Luís de Camões, Luiza Neto Jorge, Manuel Alegre, Manuel António Pina, Manuel Bandeira, Maria Teresa Horta, Mário Cesariny, Nuno Júdice, Pedro Homem de Mello, Pedro Mexia, Pedro Tamen, Petrarca, Philip Larkin, Rui Knopfli, Ruy Belo, Sá de Miranda, Seamus Heaney, Sophia de Mello Breyner Andresen, Teixeira de Pascoaes, Vinicius de Moraes, Vitorino Nemésio, W.H. Auden, William Shakespeare e muitos outros.

 

 

366 Poemas que falam de Amor

 

“Há várias maneiras possíveis de organizar e ordenar uma antologia, o que, evidentemente, se aplica também a uma antologia de poesia de amor. Pode, por exemplo, seguir-se um critério cronológico, por autores ou por épocas dos poemas; pode seguir-se um critério histórico e estilístico, ordenando-se os textos correspondentemente por épocas e por escolas; pode seguir-se um critério temático, surpreendendo as várias fases da relação amorosa, do avistamento e do enamoramento até à separação ou à morte, passando pela instância erótica e outras situações.
Todos estes métodos, e outros, e outros mais, têm sido utilizados e cada um tem os seus méritos. Mas aqui tratava-se de organizar um conjunto de 366 textos, conta cíclica, imediatamente relacionada com os dias do ano sem esquecer a bissexualidade. (…) também é possível organizar uma antologia que se estruture, não apenas segundo os meses e os dias, mas até em correlação com as estações do ano, o que, em se tratando de poesia de amor, seria mesmo mais uma possibilidade sugestiva…
Todavia, tendo assentado no número de 366 poemas, pareceu-me ser mais importante e mais interessante que o conjunto espelhasse o lado caleidoscópio e anarquicamente desmultiplicado da relação amorosa e das suas vicissitudes, dessa “explosão /de tantas sensações contraditórias”, como David Mourão-Ferreira diz no seu “Soneto do cativo”, independentemente de qualquer dos critérios que acima ficaram referidos.“

Introdução de 366 Poemas que Falam de Amor, escolhidos por Vasco Graça Moura, editora Quetzal (4.ª ed. 2019)

 

 

Soneto do Cativo

Se é sem dúvida Amor esta explosão
de tantas sensações contraditórias;
a sórdida mistura das memórias,
tão longe da verdade e da invenção;

o espelho deformante; a profusão
de frases insensatas, incensórias;
a cúmplice partilha nas histórias
do que os outros dirão ou não dirão;

se é sem dúvida Amor a cobardia
de buscar nos lençóis a mais sombria
razão de encantamento e de desprezo;

não há dúvida, Amor, que te não fujo
e que, por ti, tão cego, surdo e sujo,
tenho vivido eternamente preso!

David Mourão-Ferreira

 

 

The Lovers

The Lovers (Os Amantes) | René Magritte

 

 

Soneto

Amo-te muito, meu amor, e tanto
que, ao ter-te, amo-te mais, e mais ainda
depois de ter-te, meu amor. Não finda
com o próprio amor o amor do teu encanto.

Que encanto é o teu? Se continua enquanto
sofro a traição dos que, viscosos, prendem,
por uma paz da guerra a que se vendem,
a pura liberdade do meu canto,

um cântico da terra e do seu povo,
nesta invenção da humanidade inteira
que a cada instante há que inventar de novo,

tão quase é coisa ou sucessão que passa…
Que encanto é o teu? Deitado à tua beira,
sei que se rasga, eterno, o véu da Graça.

Jorge de Sena

 

 

“Eternity (for Men)” de Pedro Mexia

 

 

Nesta hora, enquanto te olho, lembro

Nesta hora, enquanto te olho, lembro
Aquele sorriso aberto entre bem poucas flores de Outono.
Eu contando histórias… tu sentindo
A minha timidez cortada de olhares rápidos.
Assim foi… até que um pássaro voou cantando.
Depois, o ondular vibrante dos pinheiros,
Nossos corpos rolando
Nos planos inclinados de um sol quase a extinguir-se.
De nos ver inseparados.

Ruy Cinatti

 

 

Meu amor meu amor

 

 

Amor é o olhar total, que nunca pode

Amor é o olhar total, que nunca pode
ser cantado nos poemas ou na música,
porque é tão-só próprio e bastante,
e em si mesmo absoluto táctil,
que me cega, como chuva cai
na minha cara, de faces nuas,
oferecidas sempre apenas à água.

Fiama Hasse Pais Brandão

 

 

Vasco Graça Moura

 

“Personagem polifacetada da vida cultural portuguesa (Foz do Douro, 3 de janeiro de 1942 — Lisboa, 27 de abril 2014). Poeta, romancista, ensaísta, tradutor, foi secretário de Estado de dois Governos provisórios, desempenhou funções diretivas na RTP, na Imprensa Nacional e na Comissão para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses. Em 1999, foi eleito deputado ao Parlamento Europeu. Para ele, a poesia “é uma questão de técnica e de melancolia”, crescendo d’ A Furiosa Paixão pelo Tangível através de uma densa rede metafórica que combina a intertextualidade, relacionada especialmente com Camões, Jorge de Sena, Dante, Shakespeare e Rilke, objetos privilegiados de estudo deste autor, e uma tendência ironicamente discursivista assente na agilidade sintática. É autor de três ensaios sobre Camões: Luís de Camões: Alguns Desafios (1980), Camões e a Divina Proporção (1985) e Sobre Camões, Gândavo e Outras Personagens (2000). Em 1996, a sua obra foi reunida em volume. Dos títulos deste autor, podemos salientar Concerto Campestre, os romances Quatro Últimas Canções (1987) e Meu Amor Era de Noite (2001), os livros de poesia Uma Carta no Inverno, que lhe valeu o prémio da APE, e Poemas com Pessoas (ambos de 1997). Recebeu o Prémio Pessoa em 1995 e a medalha de ouro da Comuna de Florença em 1998, ambos atribuídos à sua tradução da Divina Comédia de Dante.”  In Wook

 

 

Poema ‘Lamento para a língua portuguesa’, de Vasco Graça Moura

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Soneto Do Amor E Da Morte | Poema de Vasco Graça Moura com narração de Mundo Dos Poemas

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