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“A ARTE DA POESIA” 28 MARÇO JOÃO RASTEIRO POETA ENSAÍSTA

Escrito por em Março 27, 2020

28 MARÇO 13:30/14:30H

No âmbito da divulgação cultural na NTR, celebra-se e vive-se POESIA. Numa conversa sobre Poesia e seus Autores nos dias de hoje, JORGE GASPAR convida JOÃO RASTEIRO, (Coimbra, 1965), poeta e ensaísta, Sócio da Associação Portuguesa de Escritores e membro da direcção do Pen Clube Português. Integra os Conselhos Editoriais das revistas DEVIR – Revista Ibero-americana de Cultura e Folhas – Letras & outros ofícios.

Licenciado em Estudos Portugueses e Lusófonos pela FLUC/U.C., publicou em diversas revistas e antologias em Portugal, Brasil, Itália, França, Espanha, Finlândia, Hungria, República Checa, Moçambique, México, Colômbia, Nicarágua e Chile, e possui poemas traduzidos para o castelhano, italiano, catalão, inglês, francês, checo, japonês, finlandês, húngaro e occitano. Obteve vários prémios, mormente a “Segnalazione di Merito” Premio Publio Virgilio Marone, Itália, 2003 e o Prémio Literário Manuel António Pina, 2010. Foi um dos 20 finalistas do Prémio Portugal Telecom de Literatura (Poesia), 2012.

Organizou e coordenou algumas antologias de poesia portuguesa contemporânea editadas no estrangeiro, de que são exemplo: “Poesia Portuguesa Hoje”, Arquitrave, Colômbia, 2009 e “Aqui nesta Babilónia”, Amargord, Espanha, 2018.

Em 2015 integrou a antologia de contos “O País Invisível”, organizada e editada pelo CMC-Centro de Estudos Mário Cláudio. Tem participado em diversos festivais literários (essencialmente de poesia), tanto em Portugal, como no estrangeiro. Tem ainda diversa participação ao nível das letras, em vários CDs da canção de Coimbra (Fado de Coimbra).

Graça Capinha (FLUC/UC) afirma que, a poesia de João Rasteiro “é uma poesia do corpo, físico e essencialmente do corpo da linguagem, com influências que vão desde Herberto Helder a Gertrude Stein”.

Livros: A Respiração das Vértebras, 2001; No Centro do Arco, 2003; Os Cílios Maternos, 2005; O Búzio de Istambul, 2008; Pedro e Inês ou As Madrugadas Esculpidas, 2009; Diacrítico, 2010; A Divina Pestilência, 2011; Elegias, 2011; Tríptico da Súplica (Brasil), 2011; Pequeña Retrospectiva de la Puesta en Escena (bilingue) Espanha, 2014, Salamanca o la Memoria del Minotauro (bilingue), 2014; Solstício de Dezembro (Ed. restrita de autor), 2014; acrónimo, 2015; Ruídos e Motins, 2016; A boca solitária do orvalho, Temas Originais; 2016, A rose is a rose is a rose et coetera, 2017 (2º edição), 2018 (MENÇÃO HONROSA – PRÉMIO GLÓRIA DE SANT’ANNA 2018), Eu cantarei um dia da tristeza (e-manuscrito, 2017), Poemas em ponto de osso: 2001-2017 (bilingue) Espanha, 2017, e Levedura, 2019.

SOLSTÍCIO DE DEZEMBRO

                        O mundo jamais é parecido consigo próprio
                        tão inesperada é a noite,
                        mesmo quando em sua rotação se repete,
                        efectiva e extingue,
                        no corpo e cinzas de uma criança,

                        não vos espanteis por isso senhores,
                        Dezembro é um solstício que nos sobrevive
                        e nada mais se anseia
                        do que abraçar todo o tempo do tempo
                        para seguir uma estrela viva,
                        um frágil e divino coração de criança
                        em homens aturdidos pelo afago da entrega,
                        guardai pois um Natal,
                        nada mais se reterá no cheiro do orvalho
                        que aconchegamos dentro de nós,

                        o seu leito evidencia a inquietude do fogo
                        e a poesia parece a puerícia do verbo:
                        ainda que nos céus
                        em seu nome o nome do mundo se cante,
                        o que é sagrado e profano,
                        o que é rei e pastor
                        e se planta e adolesce
                        e se percorre até à extrema boca do advento,
                        mundo de júbilos e prantos
                        que como o sol nas trevas se revive.

                        Uma criança nos aquieta o corpo,
                        a noite atravessa o mundo,
                        obscuros e formais viajantes,
                        se as quimeras se ofuscam sob os céus
                        a culpa é dos corações e não da luz das estrelas.


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