“A MALAPOSTA”
Escrito por Jorge Gaspar em Março 7, 2021
(Final)
Que outras razões haverá, para que a Malaposta seja incluída na lista do nosso Património?
Esclarecer este ponto é o que me proponho fazer a seguir.
No dia 8 de Julho de 1987, no Museu Municipal de
Loures, instalado na Casa do Adro à Rua Fria, os
Presidentes das Câmaras Municipais da Amadora, Loures,
Sobral de Monte Agraço e Vila Franca de Xira, afirmaram
a decisão de criar um organismo intermunicipal que seria
um Centro Dramático com o objectivo de prestar às
populações dos quatro concelhos serviços culturais nas
áreas do teatro e animação cultural. Seria o primeiro
Centro Dramático criado em Portugal. Funcionaria como
um serviço público de caracter artístico.
A animação cultural incluía as artes plásticas, o cinema, a
dança, a literatura, a poesia, a música.
Para levar a efeito este projecto, foi nomeada uma
Comissão Instaladora constituída pelo Vereador do
pelouro da cultura da Câmara Municipal de Loures,
António Marques Ribeiro, pelos encenadores José Martins
e José Peixoto e pelo cenógrafo Mário Alberto.
No dia 6 de Janeiro de 1988 foi constituída pelas Câmaras
da Amadora, Loures, Sobral de Monte Agraço e Vila
Franca de Xira, a Associação de Municípios para a Área
Sociocultural, a Amascultura.
Em Maio seguinte criou-se o Centro Dramático
Intermunicipal Almeida Garrett.
Era necessário um espaço onde pudesse funcionar este
Centro Dramático. A escolha recaiu no velho edifício do
matadouro desactivado há anos. Tinha área suficiente,
estava bem situado e era propriedade da Câmara
Municipal de Loures, que prontamente o disponibilizou.
Só havia um obstáculo : encontrava-se muito degradado e,
além de obras de restauro, precisava também de ser adaptado
a uma casa de artes do espectáculo.
Estava decidido e as obras iniciaram-se.
Os custos foram elevados – 360 mil contos.
Em Outubro de 1989 o edifício era inaugurado com a
apresentação da peça “ O Render dos Heróis”, de José
Cardoso Pires. Até hoje nunca mais as suas portas se
fecharam. Aqui decorreram espectáculos de teatro, de
dança; aqui se realizaram concertos musicais; aqui
ouvimos poetas; aqui se fizeram exposições; aqui se
ofereceu cinema; aqui se debateram ideias e teorias; aqui
aconteceu arte e cultura, porque a Malaposta é a nossa
casa da cultura, e continua a ser hoje uma casa com arte.
E esta é a maior razão para que este edifício seja
considerado Património Cultural.
“MEMÓRIAS PRESENTEANDO A REALIDADE”
MARIA MÁXIMA VAZ