“Realmente sonhar é muito bonito e sonhar com uma humanidade perfeita é o meu sonho até me ir embora” [Cruzeiro Seixas]
A luz do Sonho extinguiu-se. Estão tristes os que amam a Liberdade sem fronteiras, os que veem na Cultura uma forma de sublimar a existência, os que se deleitam na Poesia do gesto, do traço, das formas. Na luz que ilumina as sombras.
O príncipe de Surrealismo, Cruzeiro Seixas, partiu e, com ele, todo um tempo, uma derradeira geração. Fica-nos o registo da sua prodigiosa imaginação para continuarmos a preservar um sonho novo: o que vai nascendo no olhar futuro de cada um.
Março de 2020. Assinando a Edição Especial que assinalou o primeiro Dia Mundial da Língua Portuguesa – Unesco (5 de Maio de 2020)
“Hoje é um dia muito triste. Partiu Cruzeiro Seixas que conheci logo no início da Galeria de São Bento em 1984 e de quem fiz a segunda serigrafia do CPS. Surrealista irreverente foi um desenhador fabuloso e um poeta das palavras e das imagens. Para além da pintura, desenho, ilustração, criação de objetos ou cenários para companhias de bailado, Cruzeiro Seixas, sempre aspirou a dar tridimensionalidade aos seus projetos o que justificou a edição de inúmeros múltiplos de escultura por parte da minha Galeria. Ali também foi efetuada a sua primeira exposição individual exclusivamente de colagens, afirmando esta técnica e que inspiraria as exposições posteriores no CPS, onde usou as provas de teste de cor das suas próprias serigrafias. Um ser único, genial e inspirador que mereceu e merece toda a minha admiração e amizade.”
António Prates Fundador do CPS
“Desenvolvemos uma profícua colaboração que o colocou como o artista mais editado pelo CPS e me permitiu ampliar o espanto e a amizade, por tão prodigioso criador surrealista. (…) Ao Artur, ao artista, ao ser humano, ao poeta, toda a minha admiração, amizade e uma gratidão imensa por todos estes anos de partilha e aprendizagem. Pela possibilidade de inclusão do Sonho no horizonte da vida, sempre preciosa.”