AS MINHAS HISTÓRIAS NAS “ONDAS DO ÉTER”
Escrito por Jorge Gaspar em Janeiro 2, 2021
CRÓNICA SEMANAL DE ALICE VIEIRA.
VEREMOS O QUE AÍ VEM
É normal pedirem-me sempre textos no final do ano.
O que foi muito bom, o que foi bom, o que foi assim assim.
Acho que nunca escrevi um texto sobre um ano tão mau.
E donde não se pode fugir para lado nenhum.
Mas também não podemos fIcar de braços cruzados, em
depressão.
Às vezes um simples telefonema de alguém que há muito não
víamos (nem ouvíamos…) faz toda a diferença.
Um antigo tipógrafo do “Diário de Notícias”—donde saí há mais
de 20 anos, quando ainda havia tipógrafos…–telefona-me muitas
vezes. E é muito divertido recordar os velhos tempos, os nossos
chefes, o tempo que levava a paginar (hoje já ninguém sabe o
que isso era nem como se fazia…) a edição do “Natal dos
Hospitais”, patrocinado pelo jornal, e onde todos os chefes e
subchefes, e administradores queriam ficar numa fotografia…
E já agora, falando em “DN”—depois de muito tempo em edição
digital e só com um número em papel ao fim de
semana—reapareceu ontem, e a publicar-se em papel
diariamente.
É sempre bom, sobretudo neste tempo de dificuldades ,onde a
maioria dos jornais mal se aguenta, que surja um jornal (quase)
novo, apesar dos seus mais de 100 anos de existência.
Mas seria bem melhor se não tivessem despedido tanta gente, e
se não tivessem abolido secções que sempre teve como, por
exemplo, as páginas com a programação da televisão, dos
cinemas, e dos teatros. As pessoas querem informar-se, e
ninguém tem tempo para ler grandes artigos, de página inteira.
Va lá, tem palavras cruzadas, o que já não é mau.
Uma amiga minha diz que até chorou quando o viu à venda nos quiosques.
Esperemos que as lágrimas tenham valido a pena.