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CALDAS NICE JAZZ "LOKOMOTIV" 8 NOVEMBRO 17H00

Escrito por em Novembro 7, 2020

Carlos Barretto, Mário Delgado, José Salgueiro

Agora que os Lokomotiv assinalam 20 anos de estrada a questão está ainda mais clara: A música dos Lokomotiv quis-se sempre, desde o início, como uma construção permanente, um work-in-progress. Os feitos do passado e as expectativas do futuro são importantes, mas nada os determinam efectivamente. O que lhes interessa é a evolução das ideias e a maneira como estas vão sendo aplicadas. Como já afirmou o contrabaixista e compositor Carlos Barretto: «Tenho apenas de ser fiel ao que me vai na alma, ao que está dentro de mim. É sempre por aí que eu vou.»

O que os Lokomotiv mantêm é tão relevante quanto o que mudaram neste caminho percorrido a três por Carlos Barretto, Mário Delgado e José Salgueiro.

Nos últimos anos a presença do rock na música dos Lokomotiv parecia indicar uma diferenciação, mas o swing jazzístico voltou a ganhar predominância  assim como os blues num mergulho nas raízes do género musical e observando com mais atenção, percebemos que estas são apenas transformações de superfície, dado que o equilíbrio entre arquitectura e inventividade foi e é, a sua natural variação, uma constante no percurso do grupo.

No ADN dos Lokomotiv tem estado o desejo de «encontrar vasos comunicantes entre compartimentos fechados» (Barretto dixit), o que pode ser entendido tanto ao nível idiomático e dos vocabulários utilizados (os jogos entre jazz, rock, tradição popular e música erudita  com que se expressam) como em outros nos planos estético e técnico, sempre no ponto de intersecção do património musical existente com o desconhecido.

Como Carlos Barretto o disse numa entrevista: «A tradição é a memória da própria história e conhecê-la prepara-nos para a revolução. As regras existem para serem quebradas, mas sem as conhecer não vamos a lado algum». O “não-lugar” enquadrado pela tradição e pela revolução é aquele em que se situam os Lokomotiv, não sendo, pois, nem tradicional nem revolucionário. É aquilo que é, em estáticas (porque subtis e sub-reptícias) metamorfoses.

Carlos Barretto – Contrabaixo
Mário Delgado – Guitarra
José Salgueiro – Bateria e Percussões


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