O percurso já longo da Literatura para a Infância e Juventude (LIJ) escreve-se paredes-meias com a História da sociedade e da civilização. Carla Maia de Almeida explora a evolução da LIJ e reflete sobre as tendências contemporâneas.
A especialista
Carla Maia de Almeida formou-se em Comunicação Social na Universidade Nova de Lisboa. Foi jornalista de imprensa durante 25 anos, sempre nas áreas de cultura e sociedade. Tem uma pós-graduação em Livro Infantil pela Universidade Católica Portuguesa. Entre 2008 e 2017 assinou a secção «Leituras Miúdas» da revista LER. A par do jornalismo, traduziu mais de cinquenta títulos na área infantojuvenil e conduziu formações em bibliotecas (na era pré-Covid). Escreveu catorze livros para os mais novos, entre contos, picture books, biografias, livros informativos e a novela juvenil Irmão Lobo. É autora do livro-reportagem Em Nome da Filha – Retratos de Violência na Intimidade. Foi traduzida em espanhol, alemão, italiano e outras línguas. Nasceu em Matosinhos, no tempo em que era costume nascer em casa.
Descritivo
O percurso já longo da Literatura para a Infância e Juventude (LIJ) escreve-se paredes-meias com a História da sociedade e da civilização. Neste workshop por Carla Maia de Almeida, reconhecida autora e formadora na área da LIJ, pretende-se pretende-se explorar a evolução da LIJ e refletir sobre as tendências contemporâneas, numa altura em que o mundo se tornou imprevisível e radicalmente interessante.
Programa
1.ª sessão: Ideologia e valores
Os livros para os mais novos refletem, no seu pior, uma visão maniqueísta da sociedade. O moralismo, o didatismo, o patriotismo e outros «ismos» continuam presentes na LIJ. No entanto, a par de livros infantis que aconselham o porte de armas, há um outro mundo mais vasto, mais criativo e mais comprometido com a vida e a liberdade.
2.ª sessão: Géneros e formatos
A LIJ não é um género, antes um campo do sistema literário onde cabem vários géneros: dos clássicos (narrativo, dramático e lírico) aos de mais difícil classificação. Pop-ups, picture books, novelty books, livro-objeto, livro de conceitos… A atual diversidade de géneros e formatos coloca-nos perante a espinhosa tarefa de organizar a casa, mas a recompensa é enorme.
3.ª sessão: Legitimação
Emancipada da sua função didática, a LIJ ainda é vista como «coisa de crianças», refletindo a tentação do paternalismo. Quem visitou as feiras do livro de Bolonha ou Guadalajara poderá rir-se deste preconceito. Aqui falaremos de prémios, feiras e festivais, crítica literária, mediação leitora, investigação académica e tudo o que contribui para a imprescindível legitimação da LIJ.
4.ª sessão: Outras artes
Os avós deixaram de contar histórias à lareira, mas os contos tradicionais e/ou de fadas estão vivíssimos. Reinventaram-se no cinema, nas séries de TV, na publicidade e noutras formas narrativas. De Paula Rego aos Metallica, passando pelo Porta dos Fundos, há muitas «intertextualidades» a descobrir.
5.ª sessão: Grandes autores
O que pensam e o que escrevem sobre a sua arte e o seu processo criativo alguns grandes autores da LIJ? Por exemplo, Philip Pullman (Mundos Paralelos) ou Neil Gaiman (A Estranha Vida de Nobody Owens). Independentemente do tamanho dos leitores, a regra é sempre a mesma: há que aprender com os melhores.
6.ª sessão: Bons livros
Embora a sinceridade não se aprenda num workshop, adotar o ponto de vista da criança ou do adolescente faz parte da voz de um escritor de LIJ. Eis o que têm em comum Onde Vivem os Monstros, de Maurice Sendak, e O Ódio que Semeias, de Angie Thomas. Apenas dois exemplos entre muitos. Em jeito de conclusão, vamos construir uma lista de títulos que devem constar de um PPL (Plano Pessoal de Leitura) adaptado a cada leitor.
Método de ensino
Online (Plataforma Zoom).
Quando
Datas: 6 a 22 de abril (terças e quintas-feiras).
Horário: 18.30 às 20.30.
Duração total: 12 horas.