"INÊS DUARTE" APRESENTA O 3º DISCO A 9 FEVEREIRO
Escrito por Jorge Gaspar em Fevereiro 9, 2020
Fórum Luísa Todi – Setúbal.

Inês Duarte apresenta ‘Ser’ como o seu terceiro disco de estúdio e apresenta-lo-á a 9 de Fevereiro, pelas 17:00, no Fórum Luísa Todi em Setúbal.
O disco conta com produção de Valter Rolo. O espectáculo de apresentação terá Fernando Tordo e Sandra Correia como convidados.
Antes, Inês Duarte concedeu entrevista ao Infocul.pt sobre o disco, o percurso, a importância de Setúbal e o que almeja atingir. Nesta entrevista poderá ainda ficar a conhecer as grandes referências musicais de Inês Duarte.
Quando é que começou a pensar neste disco?
Este disco começou a ser trabalhado em meados de 2015.
Intitulou-o de ‘Ser’. Não resisto a uma provocação, acha que as pessoas hoje em dia parecem mais do que aquilo que realmente são?
Não será de agora, mas (infelizmente) existirá sempre alguém a sentir-se confortável nesse papel.
Rodeou-se de um naipe de músicos de inegável valia. Como foi esta escolha? E já agora peço-lhe que nos diga quem a acompanhou em estúdio…
Foi uma escolha conjunta com o produtor Valter Rolo. Temos músicos de grande qualidade em Portugal, a sua arte deve ficar registada nos trabalhos que gravamos. Comigo em estúdio estiveram os músicos:
Guitarra Portuguesa- Ângelo Freire/Bernardo Couto
Viola- João Vitorino/Diogo Clemente/Marco Alonso
Contrabaixo- Xico Santos
Piano- Valter Rolo
Bateria/Percussão – Alexandre Alves
Acordeão- João Frade
Clarinete- Ricardo Toscano
Na escrita dos temas conta com Tiago Torres da Silva, Cátia Oliveira, entre outros, e recupera um tema de O’Neill. Como foi esta selecção em termos de repertório e autores?
Foi uma selecção relativamente fácil. Em relação aos temas originais conhecíamos os autores em questão e fomos directos à fonte. Em todos os temas gravados houve imediatamente um interesse enorme quando li os poemas e ouvi as músicas.
Qual a grande marca que Valter Rolo deixa neste disco, enquanto produtor?
O Valter Rolo é um SER extraordinário, neste disco não só desempenhou a função de produtor como também a de amigo e conselheiro. Foi fulcral em todo o processo de recolha da matéria e arranjos. A ele devo este formato final do meu “SER”.
Um disco de Fado mas que tem, aqui e ali, influências jazzisticas e do Tango. Como surge esta fusão?
São fusões que surgem das influências musicais a que o mundo nos expõe e que nós estamos receptivos a fundir com as sonoridades que são nossa referência.
Como se define enquanto intérprete de Fado?
Sou sentimento acima de tudo. Tenho as minhas referências e influências de tudo o que ouvi e vivi até então. Sinto cada frase que canto.
Qual a mensagem que tenta transmitir com este disco?
Este é o meu Fado. A música é algo transversal, pode chegar a todos no mesmo formato, mas cada um vai interpretá-la de modo individual.
É apologista de uma linguagem mais erudita ou popular no Fado?
Gosto de ambas, dependendo do contexto, quando a escrita é bem estruturada soem bem.
Este é o seu terceiro disco. Como descreve o seu percurso, para quem não a conhece?
Com 16 anos após participar em alguns concursos de fado e frequentar as noites de fado em Lisboa gravei o meu primeiro disco “Reflexos”, em 1999. Fui, orgulhosa, levando o Fado além-fronteiras. Tive o privilégio de trabalhar com o Maestro José Marinho no “Quinteto Amália”. “Este Fado”, o meu segundo disco, chega ao público em 2012, entre alguns temas inesperados podem encontrar a “Morna Quente”. 2020 será o ano em que o meu “Ser” se expõe e passo a partilhar convosco um trabalho que foi elaborado com calma, amor e tempo.
É de Setúbal e será nesta cidade que apresentará o disco. O que pode revelar deste espectáculo?
Será um espectáculo onde apresento maioritariamente os temas do meu novo disco “Ser”, em palco vão estar comigo, Pedro Viana ( guitarra portuguesa ), João Vitorino ( viola ), Xico Santos ( contrabaixo ), Mix Ensemble ( quarteto de cordas ), André Silva ( bateria ) e Valter Rolo ( piano ) com direcção musical de Valter Rolo.
Terá convidados?
Sim, irei partilhar este momento com duas vozes que muito admiro, os extraordinários Fernando Tordo e Sandra Correia.
Ser de Setúbal tem tornado mais difícil a divulgação do seu trabalho, ao invés de se, por exemplo, fosse de Lisboa?
Não, não sinto que isso me tenha dificultado quanto a oportunidades, afinal, setúbal não é assim tão distante de Lisboa. Tento procurar das mais diversas formas promover o que faço. A persistência e determinação tornam a nossa localização num alvo.
Quais as marcas que Setúbal tem em Inês Duarte? Ou se preferir, de que forma esta cidade a moldou?
Nasci e cresci em Setúbal, uma cidade inspiradora rodeada de coisas que não prescindo, a serra, o rio, o mar a gastronomia. Setúbal ensinou-me que num pequeno espaço podemos amar tudo o que nos rodeia. Sempre me senti acarinhada pelas gentes da minha terra.
Quem é Inês Duarte fora dos palcos e o que gosta de fazer?
Sou um ser absolutamente comum que gosta de sorrir, partilhar o dia a dia com os que ama, praticar desporto, caminhar pelos trilhos da serra, adoro ouvir música e planear viagens.
Onde pode o público interagir consigo?
Tento estar o mais presente possível, actualmente o meio mais directo acaba por ser o das redes sociais onde podem acompanhar o que faço. Para além disso nos mais diversos palcos.
Quem são as suas grandes referências na música?
Sempre gostei de ouvir muitos e bons com os mais diversos sons, no entanto, sempre tive uma admiração especial por Amália Rodrigues, Carlos do Carmo e Dulce Pontes.
Qual a mensagem que deixa aos nossos leitores?
Bem hajam! Que o meu “Ser” chegue até vós e seja acarinhado com a mesma dose de amor com que foi projectado. Um grande beijinho.
(via: infocul)