"IRON MAIDEN + SPECIAL GUESTS" NO ALTICE ARENA A 13 JULHO.
Escrito por Jorge Gaspar em Julho 11, 2018
Os monstros do metal britânico gostam mesmo desta sala. Ou isso ou é a única onde cabem todos os seus fãs em Portugal. Seja como for, já foram lá muitas vezes, quer quando era o Pavilhão Atlântico, quer com o branding MEO Arena, agora Altice Arena. Na bagagem trazem os mais reverenciados monolitos metálicos da sua carreira, do início dos anos 80 até ao presente.
BIOGRAFIA IRON MAIDEN
Os Iron Maiden são uma instituição. Ao longo de quase 40 anos, assumiram um destemido espírito de independência criativa, dedicação feroz aos seus fãs e uma salutar indiferença perante os seus críticos, que lhes conquistou uma legião de seguidores que abrange todas as culturas, gerações e fusos horários. Uma história de determinação e corajoso desafio aos derrotistas, uma aventura como nenhuma outra, protagonizada por um grupo de músicos que, tendo em conta as reações incrivelmente positivas ao seu 16º álbum de estúdio, não mostra sinais de desaceleração. «The Book Of Souls» encapsula na perfeição a vasta gama criativa que caracteriza hoje os Iron Maiden, constituindo uma obra-prima de 92 minutos, que soa como um salvo de exuberante bravado. Dos ganchos de «The Red And The Black» à ambição de «Empire Of The Clouds», que se destaca do alto dos seus 18 minutos de duração, «The Book Of Souls» é a soma artística de tudo o que dá à banda uma ressonância tão profunda e um apelo universal.
Formados pelo baixista Steve Harris em meados dos anos 70, os Iron Maiden já estavam firmemente estabelecidos como uma das mais brilhantes esperanças do heavy metal quando invadiram o mundo com seu terceiro álbum (e primeiro com o vocalista Bruce Dickinson), «The Number Of The Beast», em 1982. Esse disco daria o mote para uma década de lançamentos clássicos e digressões obstinadas, que viriam a simbolizar o compromisso implacável, intransigente e inabalável por que são hoje conhecidos. Essa década renderia sete novos álbuns de estúdio, um álbum ao vivo, sete tours mundiais e a criação do Eddie – uma das mascotes mais icónicas e reconhecíveis de sempre.
O que torna essas qualidades ainda um pouco mais notáveis é o facto de os Iron Maiden terem estabelecido a sua posição na cena quase sem reconhecimento por parte dos media. Enquanto a cultura das celebridades enchia os ecrãs de televisão e a eterna busca pela next big thing ocupava as radiofrequências, os cinco músicos embarcaram na World Slavery Tour, que os viu darem 192 concertos em 1984/5. O grupo atuou no Rock In Rio e protagonizou um espetáculo magnânimo no Monsters Of Rock de 1988, atuando para 107 mil fanáticos em Donington. Foi, no entanto, a sua determinação de aço para empurrar sucessivamente os limites que deu à carreira da banda uma distinção tão surpreendente. Apoiados em prestações revolucionárias na Polónia, ainda atrás da Cortina de Ferro, em 1984, no auge da Guerra Fria, em torno da América do Sul em 1992, no Médio Oriente e na Índia em 2007 e na Indonésia em 2011, os Iron Maiden deixaram uma marca indelével no globo.
Os anos 90 revelaram-se difíceis para as bandas de heavy metal em geral, mas osIron Maiden não baixaram os braços e seguiram em frente, atingindo ainda mais sucesso com álbuns como o muito aclamado «Fear Of The Dark» de 1992 e conseguindo até ultrapassar a saída de Bruce Dickinson em 1993. A banda fez dois álbuns com Blaze Bayley e manteve o compromisso com um rigoroso esquema de digressões. No entanto, foi o regresso de Dickinson e do guitarrista Adrian Smith (que deixou originalmente a banda em 1990) em 1999, com o grupo a transformar-se num sexteto, que estabeleceu a mais recente formação composta por Bruce Dickinson na voz, Steve Harris no baixo, Nicko McBrain na bateria e “os três amigos” – Adrian Smith, Dave Murray e Janick Gers nas guitarras. Uma nova época de ouro teve então início com a edição de «Brave New World», em 2000. Depois, com o engenhoso «Dance Of Death» de 2003 e o escuro e ousado «A Matter Of Life Aand Death», editado três anos depois, continuaram a impressionar fãs e críticos. Com cada tour sucessiva, ora a recuperar os clássicos dos primeiros álbuns ora a recusar sucumbir à nostalgia, a banda manteve-se imprevisível enquanto continua previsivelmente brilhante e renova a sua base de fãs, acumulando inúmeros admiradores jovens.
Esta nova era dos Iron Maiden atingiu um apogeu surpreendente durante a digressão Somewhere Back In Time, que começou em Fevereiro de 2008 e, inicialmente, levou a banda a viajar 50 mil milhas ao redor do mundo num total de 45 dias. Voando no seu próprio Boeing 757, o Ed Force One, pilotado por Bruce Dickinson, os músicos atravessaram o planeta, da Índia à Costa Rica, da Austrália à Argentina, de São Paulo a Tóquio. O Ed Force One fez manchetes de notícias em todo o mundo e a cobertura dessa tour foi posteriormente transformada no documentário «Flight 666». Lançado em 2009, esse impressionante documento da vida na estrada (e no ar) atingiu o #1 nas tabelas de vendas de DVDs musicais em 25 países, no mesmo ano em que receberam um Brit Award para “melhor grupo britânico ao vivo”. Mais feitos se seguiriam, como chegar ao #1 em mais de 28 países simultaneamente e alcançar um máximo histórico com um #4 na Billboard com «The Final Frontier», em 2010. O próximo passeio a bordo do Ed Force One viu-os chegarem a cinco continentes em 66 dias e ganharem o primeiro Grammy, sendo que o capítulo mais recente da história dos Iron Maiden é um testemunho da sua surpreendente vitalidade.
Em 2013, a digressão mundial Maiden England levou a banda à Europa, aos Estados Unidos e à América do Sul, atingindo o Brasil novamente para o Rock In Rio, que vendeu 90 mil ingressos numa questão de horas. No mesmo ano, voltam a Donington para o 25º aniversário da lendária performance de 1988 na Seventh Son World Tour. Essa digressão terminaria em Julho de 2014, com uma atuação como cabeças-de-cartaz do Sonisphere Festival, em Knebworth, que marcou o final da trilogia de tours em que revisitaram o repertório dos 80s. Em 2016/17 voltam à estrada, mas para promover um novo álbum, «The Book Of Souls». Com o Ed Force One atualizado para um modelo maior e ainda mais poderoso – um Jumbo Jet 747 – atingiram mais de dois milhões de fãs em seis continentes, visitando 39 países, incluindo as primeiras atuações na China, El Salvador e na Lituânia. Com mais de 90 milhões álbuns vendidos, mais de 2,000 atuações ao vivo em 63 países, dezenas de milhões de seguidores e 16 álbuns de estúdio de
qualidade infalível, os Iron Maiden são hoje um dos grupos mais reverenciados de todos os tempos.
1ª Parte – THE RAVEN AGE
O grupo, idealizado pelos guitarristas George Harris e Dan Wright, juntou-se em 2009 e começou a ganhar forma com a entrada do baixista Matt Cox em 2012. No ano seguinte, os músicos fizeram-se finalmente aos palcos já com Michael Burrough no lugar de vocalista e Jai Patel na bateria. Depois da estreia em 2014 com um muito aplaudido EP homónimo e de ter andado na estrada com bandas tão reputadas como os Ghost, os Mastodon, os Gojira, os Opeth e os próprios Iron Maiden, o quinteto londrino fez a estreia no formato de longa-duração com o álbum «Darkness Will Rise», que foi precedido pelo muito aplaudido single «Salem’s Fate».
TREMONTI – banda convidada
No seguimento de uma muito bem-sucedida digressão mundial de apoio ao seu 16º álbum de estúdio, «The Book Of Souls», em 2016-2017, os IRON MAIDEN voltarão à estrada em 2018 para uma série de espetáculos em arenas e festivais na Europa. A abertura da Legacy Of The Beast World Tour acontece em Talin, na Estónia, a 26 de maio do próximo ano e termina na O2 Arena, em Londres, a 10 de agosto, sendo que a lendária banda britânica tem passagem marcada por Portugal a 13 de julho, para um concerto único na Altice Arena, em Lisboa. O roteiro completo da tour pode ser consultado em IronMaiden.com, sendo que esta rota vai prolongar-se por 2019.
O conceito da Legacy Of The Beast World Tour foi inspirado no jogo para telemóvel e no livro de B.D. do mesmo nome e o design do palco para as atuações contará com uma série de “mundos” diferentes, mas interligados, com um alinhamento definido que vai cobrir uma grande seleção de material dos anos 80 e algumas surpresas de álbuns posteriores para adicionar diversidade.
Rod Smallwood, o manager dos Iron Maiden, explica:
“Como os fãs sabem, temos vindo a seguir um ciclo de digressões particular desde que o Bruce e o Adrian voltaram a juntar-se aos Maiden no início do milénio, alternando tours de promoção aos álbuns novos com rotas históricas, apoiadas nos maiores sucessos do grupo. Há várias razões para gostarmos de trabalhar desta forma, mas o mais importante é mesmo o facto de darmos à banda oportunidade de tocar não só material novo mas também todos os temas mais antigos, que já sabemos que os nossos seguidores gostam de ouvir. Isso mantém as coisas frescas, não só para os nossos fãs, mas também para o próprio grupo.
Para esta digressão histórica/êxitos decidimos basear o conceito em torno do nome Legacy Of The Beast, que se adequa perfeitamente aos nossos objetivos, dando-nos o alcance necessário para podermos criar algo criativo e divertido, especialmente com Eddie! Por enquanto, não quero estar já a revelar demasiado, mas estamos a trabalhar numa série de palcos diferentes, todos de acordo com a tradição dos Maiden e esperamos proporcionar aos nossos fãs uma experiência fantástica quando vierem ver este espetáculo muito especial”.
Iron Maiden
SEX13 JULHO 20.00h
Altice Arena
(via: timeout, alticearena)