IVO ROSA: O JUIZ MAL-AMADO
Escrito por Jorge Gaspar em Fevereiro 11, 2021
RUBRICA SEMANAL DE MÁRIO MÁXIMO
Ivo Rosa é juiz de instrução. Quando, por sorteio, assumiu o processo Operação Marquês, passou a ser falado a todo o momento nos diferentes OCS. Carlos Alexandre era o outro juiz de instrução, o que ‘perdeu’ o sorteio. Ivo Rosa solicitou exclusividade na atenção ao processo Operação Marquês. O facto de José Sócrates ser a estrela do referido processo justificou a atenção exclusiva do juiz, a partir de novembro de 2018, e a atenção seletiva da comunicação social.
Desde aí, Ivo Rosa tem feito o seu trabalho e tem sido olhado com desconfiança por um certo grupo de pessoas sérias e bem-pensantes que, na sua raivinha de estimação pelo ex-primeiro ministro, muito mais gostariam que nem sorteio tivesse havido e que Carlos Alexandre (para alguns uma espécie de superjuiz…) continuasse a controlar o tal processo.
Entretanto, tem acontecido uma situação extravagante. É que os despachos de instrução do juiz Ivo Rosa, uma vez exarados acabam, sempre, mas sempre, por serem contrariados pelas instâncias superiores. Ou seja, o juiz de instrução decide, mas os que representam as instâncias superiores não só contestam como contrariam e anulam tais despachos.
Das duas uma, ou as instâncias superiores desejavam que Carlos Alexandre continuasse e o sorteio lhes estragou as expectativas ou Ivo Rosa não é competente técnica e juridicamente. Todavia, devo acrescentar que não acredito nessa eventual não competência, pois recuso aceitar que um juiz não competente chegasse a juiz de instrução, mesmo sendo o sistema judicial português o mais incapaz de todos os sistemas do nosso país. Enfim, talvez Ivo Rosa seja um juiz de instrução mal-amado, por razões que desconheço, mas que…gostaria de conhecer.
Veio notícia recente de que Ivo Rosa, também a seu pedido, vai deixar de estar a tempo inteiro com o processo Operação Marquês. Ou seja, irá assumir os outros processos pendentes no juízo que lhe pertence. Por exemplo, o processo relativo à investigação das rendas excessivas da EDP. Entretanto, soube-se, por uma funcionária do Tribunal Central de Instrução, que o processo Operação Marquês deixou de ser urgente pois tem os seus prazos suspensos.
De facto, eu também estou de acordo que este processo não é urgente. É que ele apenas teve o seu início em 2014…
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By MÁRIO MÁXIMO