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ESTREIA "E TUDO O MAR LEVOU" 30 MARÇO CHANCELA EMPORIUM EDITORA.

Escrito por em Março 29, 2019

No dia 30 de março, a Emporium Editora estará com Marta Velha Ferraz, na Sessão de Apresentação da obra “E tudo o mar levou”, a ser realizada na Junta de Freguesia da Póvoa de Varzim.

Num estilo literário delicado e envolvente, Marta Velha Ferraz, transporta o leitor para um enredo apaixonante, mesclando histórias que bem podiam ter acontecido na dureza da vida litorânea. É também um tributo à temeridade e resiliência de sucessivas gerações de ousados pescadores e de corajosas mulheres de pescadores, marcas identitárias arreigadas e transmitidas de geração em geração, vidas laboriosas temperadas de sal, lágrimas, amor e mar.

“Póvoa do Varzim, 27 de Fevereiro de 1892.

Nada fazia prever tamanha tragédia, o dia tinha acordado claro e calmo mas do nada o vento começa a açoitar toda a costa, as nuvens negras
carregam o céu. As ondas engolem os barcos e os corpos começam a dar à costa. Nunca se tinha visto nada igual. Começava nesse dia a traçar-se o destino entre os Bilhanos e os Maravalhas.
Póvoa de Varzim, verão de 2015. Inês tinha saído dali em pequena. Tinha sido arrastada pela sua mãe numa noite escura. O pai, esse tinha perdido a vida nas ondas do mar. Agora, ali, em frente à
igreja recordava-se de toda a tristeza que um dia assombrara a mãe. Lembrava-se também da promessa que lhe fizera: nunca amar um homem que amasse o mar!
Frederico era poveiro, ligado ao mar desde sempre, talvez por opção talvez por tradição. Conhece Inês e fica encantado com aquela sereia de água doce. Descobre que ela é neta do velho mestre Maravalhas e isso deixa-o eufórico.
Inês não resiste ao pirata que tem na sua frente. O cheiro e brisa e a sal parecem envolve-la. Mas ele é homem do mar. E ela prometeu nunca amar um homem do mar!
Poderá uma promessa sobrepor-se ao amor? E se o mar levar os que mais amamos?”

‘Entrou na igreja, fechou os olhos com força para se habituar à escuridão, cheirava‑lhe a flores, a velas e a madeira velha. Sentou‑se no último banco, olhou para as imagens à sua frente. Abanou a cabeça com força,
não podia perdoar aquele ser superior! Quantas vezes ouviu orações a favor dos que partiam para o mar? Era injusto da sua parte estar ali, rezar a um Deus que não ouvia a dor de quem via os seus partir.’


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