“Voltar” divide-se em duas partes: “Quem da Pátria Sai”, em que recupera o mito de Ulisses, e “O Ano da Peste Grisalha”, numa referência a uma temática que tomou o debate parlamentar em abril de 2019.

“Quem da Pátria Sai” divide-se, por sua vez, em quatro: “Ulisses nunca voltou a casa”, composta por 25 poemas, “Circunstâncias”, com 11 poemas, entre os quais uma homenagem à atriz brasileira Fernanda Montenegro, nos seus 90 anos, mas também à médica Cesina Bermudes (1908-2001), antifascista e promotora do parto sem dor, ou a freira franciscana Mariana Alcoforado (1640-1723), e lugares como o Rio de Janeiro, Ameixial, ou a ilha italiana da Sicília. Nesta parte ainda inclui-se “Da Poesia”, com 13 poemas, e “Última Ítaca”, com dois poemas.

Em “Da Poesia”, sobressai “Vida de Poeta”, bem como homenagens ao poeta inglês Lord Byron (1788-1824), ao escritor João José Cochofel (1919-1982) ou aos escritores Jorge de Sena (1919-1978) e Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004).

Dez poemas constituem “O Ano da Peste Grisalha”, do qual sobressai “Poeta aos 70 anos”, “Noite Confinada” ou “Limite de Idade”.

Luís Filipe de Castro Mendes completou 70 anos em novembro do ano passado e, entre outras funções, nomeadamente na carreira diplomática, foi ministro da Cultura de 2016 a 2018.

Literariamente o poeta desenvolve uma poética pós-modernista e já publicou também na Assírio & Alvim “A Misericórdia dos Mercados”, “Outro Ulisses Regressa a Casa e Poemas Reunidos”, que lhe valeu o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes Associação Portuguesa de Escritores/Câmara de Amarante 2019.