NO LIVRO "LATITUDES DA SEMELHANÇA" DE ISABEL NOLASCO
Escrito por Jorge Gaspar em Outubro 4, 2020
Recordando as últimas palavras de LUÍS SEPÚLVEDA, na data em que faria 71 anos (4 Outubro 1949).
O registo das últimas palavras de LUÍS SEPÚLVEDA, um dos Amigos de ISABEL NOLASCO, que captou e juntou às suas fotografias, as palavras de 32 amigos escritores, cineastas, músicos, poetas, artistas plásticos, fotógrafos.
Luís Sepúlveda faleceu a 16 de abril de 2020, vítima da COVID-19. Tinha estado nas Correntes d’Escritas, na Póvoa do Varzim, e esteve internado em Espanha desde então.
ÚLTIMAS PALAVRAS DE LUÍS SEPÚLVEDA.
“La luz del sol proyecta su sombra a un costado del camino. Su sombra es la aguja de un reloj árido que marca horas también áridas. Y el eco de sus pasos es la certera medida de su tiempo”.
“El inicio de la vida está en la pequeña ceremonia de disponer el pan, la taza, el plato. Esa dulce ceremonia es la epifanía de los días”.
“Cada foto é uma ideia que, através da sua luz, nos ilumina. E este é o programa artístico que Isabel Nolasco nos propõe: uma viagem sem fronteiras pela condição humana.”
Luís Filipe Sarmento (coordenador de edição)
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Textos de Celina Coelho de Almeida | Vasco Catarino Soares | Lídia Melo | Lauro António | Maria Eduarda Colares | Jaime Rocha | Raquel Serejo Martins | Alexandre Faria | Virgínia do Carmo | Frederico Corado | Maria Fernandes | Alberto Pereira | Teresa Gonçalves Lobo | Luis Sepúlveda | Maria Anadon | Davide Zaccaria | Luís Serguilha | Ana Mesquita | João Gil | José Lorvão | Ana Margarida Carvalho | José Eduardo Agualusa | José Luís Peixoto | Homem Cardoso | Isabel Saldanha | Teresa Beleza | João Rasteiro | Virgínia Leal | Jorge Gaspar | António Cabrita | Alice Vieira | Luís Filipe Sarmento
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Isabel Nolasco
É licenciada pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, exerceu a actividade durante mais de 30 anos como jurista e gestora no Grupo Portugal Telecom e consultora na ONU e no Parlamento Nacional de Timor Leste. Fotógrafa de alma e coração, há vários anos tem vindo a desenvolver a sua actividade em distintas latitudes como uma missão humanista, na homenagem das semelhanças que nos distinguem. Viveu em Timor-Leste durante quase 10 anos onde continuou a aprender e a fotografar com outros fotógrafos. Fez workshops e diversas atividades ligadas à fotografia e alargou os seus conhecimentos técnicos e de edição. Viajou pelo Médio Oriente e Sudoeste Asiático onde, dando asas à sua criatividade e sensibilidade, captou momentos únicos da vivência destas culturas ainda por muito poucos conhecidas e por vezes mal interpretadas. Neste trabalho destaca-se a fotografia documental e street photography que são os géneros que mais a apaixonam e aos quais dedica este seu primeiro livro. Tem o curso profissional de fotografia da World Academy Portugal. As suas fotografias ilustram diversas publicações e fazem parte de projectos artísticos com outros fotógrafos e artistas plásticos. Foi vencedora do Discoveries Awards 2019 da Via Verde na categoria de Fotografia. Encontram-se em preparação mais dois livros, a publicar previsivelmente nos próximos dois anos.
«As fotografias de Isabel Nolasco exclamam semelhanças entre povos de diferentes latitudes e mostram também as diferenças que nos atraem. a expressão do preto e branco exibe-se acima de todas as temperaturas geográficas e históricas e o seu discurso intimamente poético aproxima-nos nessa manifestação universal. São documentos de emoções contidas e, ao mesmo tempo, interrogam-nos com uma frontalidade dissimulada e que constitui o seu discurso ético e estético. do mistério ao universo do sonho, estas fotos tornam-nos familiares na riqueza que nos diferencia e nos aproxima. O seu texto é, em si, um privilégio que nos convida ao tacto de outras culturas, ao olfacto das suas tradições, ao mistério dos seus símbolos, à visão das suas geografias, ao íntimo sabor dos seus costumes. Cada foto é uma ideia que, através da sua luz, nos ilumina. E este é o programa artístico que Isabel Nolasco nos propõe: uma viagem sem fronteiras pela condição humana.»
(Luís Filipe Sarmento)
50 fotografias a preto e branco, captadas por Isabel Nolasco ao longo da sua viagem a Omã e ao Irão, em agosto e setembro de 2019.
“Médio Oriente, Agosto de 2019. Omã e Irão. 40 dias. 40 noites. Em cada clique um ritual de semelhanças num deserto de ignorância que aprendi a distinguir.
Percorri estes países no intuito de capturar as pessoas nos seus ambientes e culturas. Capturar espíritos do lugar, protocolos que nos diferenciam e aproximam. Tive a sorte de estar lá na altura da celebração do Eid al-Adh, em Omã, e do Muharram no Irão, de modo que testemunhei a mística e a emoção em cada rua que me capturava a atenção, a emoção, a estética. Que me capturava o olhar de quem captura a imagem…
Sendo outra fui deles, desta gente que, com a generosidade que lhes conheci, mostraram-me aquilo que buscava com este trabalho: destacar as semelhanças mais do que as diferenças, mostrar as latitudes da semelhança, demonstrar que somos mais iguais do que diferentes. O que fotografei foram semelhanças nas diferenças num vasto mapa que nos aproxima mais do que nos afasta.”,
(Isabel Nolasco)