“Klara e o Sol” é o novo romance de Kazuo Ishiguro, o primeiro publicado em Portugal desde que o autor foi distinguido com o Prémio Nobel da Literatura, em 2017.
O romance, que vai ser publicado pela Gradiva uma semana depois do seu lançamento no Reino Unido, aborda a história de uma “amiga artificial” que, do seu lugar numa loja, observa o comportamento dos que entram e dos que passam na rua, na esperança de encontrar um dono humano.
Segundo a editora, que desde 1991 publica a obra do escritor britânico de origem japonesa, através do olhar desta narradora, Kazuo Ishiguro contempla “o mundo moderno em rápida mudança para compreender uma questão fundamental: o que significa amar?”.
Outra novidade esperada é o novo romance da escritora portuguesa Djaimilia Pereira de Almeida, “Maremoto”, editado pela Relógio d’Água, que vai lançar também o romance “Jack”, da vencedora do Prémio Pulitzer Marilynne Robinson, que regressa, assim, ao mundo de Gilead, numa das principais obras da ficção americana atual.
A editora vai publicar também o conto “Sr. Salário”, da irlandesa Sally Rooney, autora de “Pessoas Normais” e “Conversas entre amigos”, e a primeira tradução para “português europeu” de “O Doutor Fausto”, considerado um dos principais romances de Thomas Mann, a par com “A Montanha Mágica”.
Outra novidade da Relógio d’Água é o romance “A Polícia da Memória”, da escritora japonesa Yoko Ogawa, finalista do Prémio Internacional Booker 2020, sobre uma ilha onde pessoas e coisas desaparecem, levadas pela Polícia da Memória, bem como “O Problema dos Três Corpos”, de Liu Cixin, uma obra de ficção científica com a Revolução Cultural Chinesa como pano de fundo que será adaptada à televisão pelos criadores da série “Guerra dos Tronos”, David Benioff e D.B. Weiss, com Alexander Woo, para a Netflix.
A editora vai ainda publicar uma compilação de ensaios de George Orwell, “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel, com um prefácio do teórico social, filósofo e historiador das ideias russo naturalizado britânico Isaiah Berlin, e um novo livro do poeta português João Miguel Fernandes Jorge, intitulado “Rodeado de Ilha”.
A Tinta-da-China assinala os 100 anos do PCP, que acontece a 06 de março, com a publicação de “Partido Comunista Português, 1921-2021: Uma antologia”, organizado pelo investigador José Neves, com textos de José Pacheco Pereira, António Pedro Pita, João Arsénio Nunes, Fernando Rosas, Álvaro Cunhal, Vanessa Almeida, João Madeira, David L. Raby, Paula Godinho, Miguel Cardina, Ana Margarida de Carvalho, Marco Lisi, Francisco Louçã, Carlos Gaspar e Ana Drago.
Trata-se de um obra que aborda a história, a ideologia e a ação política do PCP desde a sua fundação até aos dias de hoje.
Na mesma editora, sai também no próximo mês um livro intitulado “Macau: Novas leituras”, que assinala os 20 anos da transferência da administração portuguesa para a China e que uma reflexão sobre alguma da produção literária e cultural mais relevante dedicada a Macau desde a transferência, privilegiando a escrita em língua portuguesa.
Mais perto do final do mês, será publicada, na série de “capas brancas”, a edição crítica da “Mensagem”, de Fernando Pessoa, com edição de Jerónimo Pizarro, com ortografia atualizada e sem aparato crítico, por ser dirigida a um público escolar.
A Cavalo de Ferro, do grupo editorial 2020, vai publicar um livro de ensaios da escritora norte-americana Patrícia Highsmith, mestre do ‘suspense’ conhecida pelos ‘thrillers’ psicológicos, no qual partilha as inspirações, aprendizagens, êxitos e fracassos da sua carreira, assim como uma edição cartonada e ilustrada por Ralph Steadman de “A Quinta dos Animais”, de George Orwell, com os dois prefácios do autor.
Do mesmo grupo, a Elsinore vai editar “Mundo Subterrâneo”, de Robert Macfarlaine, um livro sobre natureza, viagem e ciência, e a Topseller lança os romances históricos “A Mulher do Quimono Branco”, de Ana Johns, “O Segredo dos Prisioneiros”, de Maggie Brookes, e o ‘thriller’ “Uma Hora de Vida”, de M. J. Arlidge.
Entre os destaques do grupo Penguin Random House, contam-se um romance de José Gardeazabal, nascido dos tempos vividos no último ano e intitulado “Quarentena — Uma história de amor”, editado na Companhia das Letras, e “Gambito de Dama”, de Walter Trevis, romance original de 1983, recentemente adaptado para uma série da Netflix, ambientado nas décadas de 1950/60, sobre uma jovem órfã, com problemas emocionais e de dependência de drogas e álcool, que desde cedo se revela um prodígio do xadrez e que ascende ao topo deste meio maioritariamente masculino, editado na Suma de Letras.
O grupo Almedina lança nas Edições 70, pela primeira vez em Portugal, “Porque é Que Marx Tinha Razão”, de Terry Eagleton.
Por uma das maiores vozes da terceira vaga do feminismo, Judith Butler, chega “A força da não-violência”, Northrop Frye apresenta “O Código dos Códigos — A Bíblia e a Literatura”, e Rebecca Clifford traz “Sobreviventes — A Vida das Crianças Após o Holocausto”, todos publicados igualmente nas Edições 70.
A editora Guerra e Paz tem previsto para o próximo mês a publicação de “Woke, Guia para a justiça Social”, de Titania MCGrath, “Vamos Ler! Um Cânone para o Leitor Relutante”, do crítico literário Eugénio Lisboa, e “Salazar em New Bedford”, de Rui Correia, que apresenta um trabalho de investigação sobre como a comunidade portuguesa nos EUA via o regime salazarista.
No grupo editorial Leya, a Asa vai publicar um novo romance do escritor espanhol Arturo Pérez-Reverte, intitulado “Cães maus não dançam”.
Quanto à D. Quixote, vai publicar no final do mês, em lançamento mundial, “Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?”, um álbum com fotos e com as orações e sermões feitos no último ano pelo Papa Francisco.
Pela Porto Editora chega, da autora de “O quarto de Jack” e “O prodígio”, o novo romance de Emma Donoghue, “A Dança das Estrelas”, passado há cem anos, numa enfermaria sobrelotada, num cenário de devastação mundial, causada por um vírus.