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ORQUESTRA GULBENKIAN

Escrito por em Março 26, 2021

Sinfonia n.º 3 de Schumann (Transmissão)

Orquestra Gulbenkian / Mihhail Gerts

Inspirada por uma viagem do compositor alemão pelo rio Reno na companhia da sua mulher, a Sinfonia Renana é aqui interpretada pela Orquestra Gulbenkian, sob a direção do jovem maestro Mihhail Gerts.

PROGRAMA

Orquestra Gulbenkian
Mihhail Gerts Maestro

Robert Schumann (1810 – 1856)
Sinfonia n.º 3, em Mi bemol maior, op. 97 (c. 32 min.)
– Lebhaft (Vivo)
– Scherzo: Sehr mäßig (Muito moderado)
– Nicht schnell (Andante)
– Feierlich (Majestoso)
– Lebhaft (Vivo)

Robert Schumann foi um dos principais expoentes do Romantismo musical, tendo-se destacado pelo contributo que deu à música para piano e ao Lied germânico. Cedo revelou o seu interesse pela música e pela literatura, o que o levaria a desenvolver um estilo composicional profundamente marcado por modelos literários, cujas implicações se observam não só na sua produção de canções, mas também na própria música instrumental. A música sinfónica contava-se também entre os seus interesses enquanto compositor, mas só a partir de 1839 começou a dedicar-se mais seriamente a este género. A Sinfonia n.º 3, em Mi bemol maior, op. 97, Renana, foi composta no final de 1850 e estreada a 6 de fevereiro do ano seguinte, em Düsseldorf, sob a direção do compositor. A sua denominação deriva do facto de ter sido inspirada por uma viagem de Schumann pelo Reno na companhia da sua esposa Clara Wieck.

O primeiro andamento, em Mi bemol maior, obedece ao modelo da forma-sonata, iniciando-se com um caráter heroico que se torna em seguida mais delicado. O desenvolvimento abre de forma surpreendente e deambula por uma grande variedade de tonalidades, antes do regresso triunfal do tema na tonalidade original.

O segundo andamento, em Dó maior, toma o lugar do Scherzo, com uma forma que consiste numa síntese entre o tradicional minuete e trio e as variações. O seu tema inicial tem um sabor popular evocativo do Ländler. Segue-se o terceiro andamento, em Lá bemol maior, que constitui um momento de repouso, expresso por exemplo nas suas longas linhas melódicas.

Já o quarto andamento, em Mi bemol menor, abre com uma afirmação inquietante num coral pianissimo dos metais, a qual se expande depois pela restante orquestra, sendo alvo de tratamentos variados. Finalmente, no quinto andamento, a obra regressa à tonalidade de origem com o ânimo característico de um Finale, impulsionando-se exuberantemente até à sua conclusão gloriosa.

Luís Miguel Santos


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