POR ONDE ANDÁMOS
Escrito por Jorge Gaspar em Março 20, 2021
Há um site na net—“VORTEX.MAG”—que nos conta histórias
extraordinárias.
Por exemplo: sabiam que há muitas comunidades de origem
portuguesa em países para lá do sol posto, que para aí foram
levadas pelos nossos marinheiros— e lá ficaram até hoje? Claro
que os historiadores sabem, mas eu falo de gente normal como
eu.
Por exemplo os “kristang”, na cidade de Malaca, na Malásia.
Foram cristãos portugueses que aí chegaram em 1507—e aí
ficaram. Falam “papiá kristang”, com muitas palavas portuguesas:
“bendera” (bandeira), “keju” (queijo), “meja” (mesa), etc—e
nas festas populares dançam o vira, com fatos quase iguais aos
fatos típicos do Minho.
E no Suriname há uma colónia de descendentes dos 500
madeirenses escravos que lá foram largados em 1858. Com a
abolição da escravatura ficaram por lá e nunca mais regressaram.
Os seus descendentes têm apelidos como Miranda, Correia,
Teixeira, Gouveia.
E no Senegal , mais exactamente na cidade de Ziguinchor , a
comunidade de descendentes de portugueses é muito dinâmica.
Os portugueses chegaram lá em 1645. Os habitantes pensaram
que eles os iam fazer escravos—mas não .Os portugueses
queriam ter ali um entreposto comercial e ,para isso, assinaram
um acordo de paz com o seu rei, que foi sempre respeitado.
Também se encontram por lá centenas de apelidos portugueses,
e falam um crioulo derivado do que se fala na Guiné-Bissau.
De resto, diz-se que o nome da cidade – Ziguinchor—é uma
corruptela de “cheguei e chorei” (quando os habitantes
pensaram que iam ser escravizados.) Em Ziguinchor há mesmo
um Centro de Língua Portuguesa muito dinâmico, e muitos
serviços públicos adotaram o português como língua oficial.
E por hoje acabou-se a lição.
“AS MINHAS HISTÓRIAS NAS ONDAS DO ÉTER”