PROGRAMAÇÃO "5º FESTIVAL POESIA DE LISBOA" 18 A 24 OUTUBRO
Escrito por Jorge Gaspar em Outubro 17, 2020
Em sua primeira edição online, Festival promove debates, palestras e oficinas com poetas e escritores como Conceição Evaristo, Auritha Tabajara, Mel Duarte e Mailson Furtado Viana. Público será convidado a refletir, por meio de práticas poéticas, sobre temas latentes da contemporaneidade.
A poética da cultura africana, diálogos sobre empoderamento feminino na poesia e a voz LGBTQ+ na literatura são algumas das questões que permeiam a 5ª edição do Festival de Poesia de Lisboa, evento que promove a valorização e difusão de poemas na língua portuguesa mundo afora, incentiva a leitura e a criação literária e reúne autores lusófonos que residem nos mais diversos países. Seguindo as tendências mundiais, em que instituições e eventos culturais vêm digitalizando suas operações, o Festival decidiu adotar o formato online e apresentará, de 18 a 24 de outubro, toda a programação em seus canais digitais (Instagram/FestivaldePoesiadeLisboa e Facebook/FestivaldePoesiadeLisboa) e em oficinas no Zoom.
A partir do tema eleito para a edição, R-Existência, figuras emblemáticas da literatura contemporânea e escritores em ascensão conduzem o público por debates, oficinas e painéis sobre a r-existência da mulher na poesia, o poder da poesia em processos difíceis da vida, a poética infantil e estereótipos sociais, raça e gênero na escrita poética, dentre outros tão latentes no mundo atual. São poetas, escritores como Conceição Evaristo – autora homenageada neste 5º Festival de Poesia de Lisboa – , Lubi Prates, Mailson Furtado Viana, Mel Duarte e João Inneco.
Com apoio do Instituto Camões, o Festival tem curadoria do jornalista brasileiro Gustavo Prudente, idealização e organização da escritora brasileira Jannini Rosa, escritora brasileira e diretora da Helvecia Edições – editora suíço-brasileira que promove a difusão de autores brasileiros na Suíça e também o oposto, ou seja, autores suíços no território brasileiro – e da luso-suíça Carla de Sá Morais.
Por meio de um edital aberto, o evento reuniu mais de 90 autores de diferentes gerações, estilos e regiões. São poetas lusófonos residentes no Brasil e em Portugal, além de imigrantes de países como Alemanha, Espanha, Estados Unidos, Grécia e Suíça. Cada um deles, apresenta poemas singulares e inéditos, feitos a partir do tema R-existência, e todas as obras serão organizadas e publicadas em uma antologia.
Os poetas ainda concorrem a uma premiação. Um júri composto pelo curador, pelas organizadoras e pelos escritores que compõem as oficinas e painéis, vão eleger três poetas. O primeiro lugar ganha um livro publicado pela Helvecia Edições (editora suíço-brasileira), participação no Salão do Livro de Genebra, além do troféu e certificado. O segundo, será contemplado com participação em uma antologia inédita da Helvecia, um troféu e certificado, e o terceiro ganha uma entrevista publicada no site da editora Helvecia, além do troféu e certificado.
Programação
No decorrer dos sete dias do Festival, o público poderá participar de oficinas, debates e painéis. Para participar das oficinas, é preciso realizar inscrição pelo e-mail festivaldepoesiadelisboa@gmail.com. Confira a seguir a programação completa:
Abertura oficial
18 de outubro (domingo), das 15h às 17h
“A poesia de Conceição Evaristo e a sua r-existência”
Escritora criativa e dinâmica, sensível e reflexiva, Conceição Evaristo escreve a partir de sua perspectiva como mulher negra na sociedade. Nome célebre da literatura contemporânea, é ela quem abre a programação do Festival de Poesia de Lisboa em uma mesa de debate sobre seu processo de criação e sua r-existência. A conversa acontece via Zoom, com mediação do curador Gustavo Prudente e das organizadoras Jannini Rosa e Carla De Sá Morais.
*Transmissão ao vivo na página do Facebook do Festival de Poesia de Lisboa (www.facebook.com/FestivaldePoesiadeLisboa)
19 de outubro (segunda-feira)
A pele r-existe
Das 10h às 12h
Oficina “A poética da cultura africana e seus traços diaspóricos”, com Ermi Panzo
Ermi Panzo é um artista polivalente, é escritor, poeta, coreógrafo, bailarino e performer. Nascido em Angola, já passou pelo México, morou em Cuba e no Brasil. Neste encontro, ele compartilha narrativas da poesia africana por meio de poemas e autores que evidenciam o sujeito poético do cotidiano africano e seus transcendentes às diásporas. Os participantes serão convidados a reconhecer a África lendo textos de autores africanos e diaspóricos e identificar os diferentes tipos de manifestos que seus textos trazem consigo em resposta à afirmação negroide como resistência.
Oficina via Zoom
Inscrições via e-mail (festivaldepoesiadelisboa@gmail.com) até 12 de outubro
Das 15h às 17h
Painel “Viemos de longe: a resistência de povos negros e indígenas na Literatura”, com Auritha Tabajara, Conceição Evaristo, Lubi Prates e Mayne Silva
Os povos originários já ocupam as terras brasileiras com sua rica cultura muito antes da invasão portuguesa. Da mesma forma, as diversas populações africanas forçadas a trabalhar como escravos trouxeram para o Brasil um tesouro cultural mais antigo que a dominação colonial. O levante negro e indígena, em áreas diversas como política, economia e as artes, não é uma novidade: é o resultado da R-Existência continuada de povos que vêm de muito longe.
Autoras como Conceição Evaristo são exemplos de como a poesia tem servido a esse levante. Seja por meio da denúncia ou da afirmação da vida, povos indígenas e negros têm usado a palavra poética para gerar obras que demarcam suas lutas históricas e, ao mesmo tempo, têm um valor literário que transcende o tempo e atravessam qualquer coração humano.
Em “Viemos de longe: a resistência de povos negros e indígenas na Literatura”, a jornalista Paula Batista, mediadora convidada do 5º Festival de Poesia de Lisboa, receberá para um painel de debate Conceição Evaristo, autora consagrada de livros de prosa e poesia traduzidos para diversas línguas; Auritha Tabajara, cordelista e contadora de histórias indígena; Lubi Prates, premiada poeta, editora, tradutora e curadora, finalista do 61º Prêmio Jabuti; e Mayne Santos, líder comunitária de Uruçuca, sul da Bahia.
*Transmissão ao vivo na página do Facebook do Festival de Poesia de Lisboa (www.facebook.com/FestivaldePoesiadeLisboa)
20 de outubro (terça-feira)
A mulher r-existe
Das 10h às 12h
Oficina “Poesia, Raça e Gênero: para uma escrita poética interseccional”, com Raquel Lima
Existem padrões poéticos que sustentam processos criativos e identitários em constante reinvenção e reescrita, numa procura de ruptura com o estável, fixo e inerte. São padrões guiados em função da intensidade com que o poeta interliga identidade, raça, sexo, sexualidade e papéis de gênero, posicionando-o, ou não, numa dimensão mutável – em constante redefinição. A escritora Raquel Lima conduzirá os participantes em uma jornada de análise pelos caminhos de escrita e interpretação da poesia. A oficina lança luz à identidade de quem escreve e interpreta
a poesia e tem como objetivo identificar padrões contra a hegemonia de um discurso normativo, dentro e fora do corpo do poeta.
Oficina via Zoom
Inscrições via e-mail (festivaldepoesiadelisboa@gmail.com) até 12 de outubro
Das 15 às 17h
Painel “Diálogos sobre o empoderamento feminino na escrita poética”, com Ana Antunes, Maria Giulia Pinheiro e Mel Duarte
Mediação de Jannini Rosa, idealizadora do FPL
Qual a importância de se afirmar enquanto mulher e autora, na literatura que se produz? Estas e outras questões serão debatidas na conversa entre a escritora Ana Antunes, a poeta e dramaturga Maria Giulia Pinheiro, e a escritora, poeta e slammer Mel Duarte. Com mediação de Jannini Rosa, idealizadora do Festival de Poesia de Lisboa, o painel busca reconhecer o pioneirismo e o posicionamento das poetas dos tempos passados, que viveram em uma condição opressiva e repressiva ao lidar com questões como o casamento, a maternidade, o amor e a submissão. As escritoras também falam sobre a produção literária que vêm desenvolvendo em prol da luta feminista em países de Língua Portuguesa e os desafios que enfrentam para continuar seus trabalhos independentes.
*Transmissão ao vivo na página do Facebook do Festival de Poesia de Lisboa (www.facebook.com/FestivaldePoesiadeLisboa)
21 de outubro (quarta-feira)
Queer r-existe
Das 10h às 12h
Oficina de escrita poética com João Innecco
Um convite para olhar a literatura LGBTQ+ e Queer, repensando os padrões de linguagem e os formatos de fazer literatura. Os participantes serão conduzidos por João Innecco, poeta, educador e editor da Antologia Trans (2017), por meio de obras de autores como Amara Moira, Preto Teo, Ave Terrena, Angelica Freitas, Diogo Luiz Yamanishi e Ramon Nunes Mello. A metodologia utilizada por João perpassa a proposta triangular de Ana Mae Barbosa, readequada para soluções dinâmicas para o online.
*Transmissão ao vivo na página do Facebook do Festival de Poesia de Lisboa (www.facebook.com/FestivaldePoesiadeLisboa)
Das 15h às 17h
Painel “Contemporaníssima! A voz LGBTQ+ na Literatura”, com Ingrid Martins, João Innecco, Naná de Luca e Preto Téo
Como a vivência de ser lésbica, gay e/ou trans atravessa o conteúdo da literatura que se produz? Como essa vivência enriquece os olhares que todos podemos ter para os diversos temas da vida humana? Como a poesia tem apoiado a comunidade LGBTQ+ a R-existir aos ataques históricos que vem recebendo? E como tem sido usada para afirmar a vida e a expressão queer, em todas as suas nuances?
Mediado por Gustavo Prudente, curador do 5º Festival de Poesia de Lisboa, o painel “Contemporaníssima – a voz LGBTQ+ na cena atual da literatura” é uma oportunidade única de ouvir as vozes de Preto Téo, transmasculino negro que pesquisa a performance na poesia falada; Naná de Luca, jornalista, educador popular e escritor, mestre em Letras pela USP; Ingrid Martins, autora de zines e escritora presente em diversas antologias poéticas; e João Innecco, poeta e educador, organizador de antologias de poesia trans e de LGBTs encarcerados.
Oficina via Zoom
Inscrições através do e-mail (festivaldepoesiadelisboa@gmail.com) até 12 de outubro
22 de outubro (quinta-feira)
A sensibilidade r-existe
10h às 12h
Oficina “Corpo poético”, com Tatiana Leonel
Onde o sensível mora meu no corpo? Como podemos atravessar a superfície da pele, desobstruir os sentidos e deixar que a vida venha ao nosso encontro? Como nos permitir ser tocados pelas belezas e sutilezas do cotidiano? Nesta oficina, os participantes vão passar por um percurso de vivências e exercícios, que cada um poderá fazer de sua casa, para despertar a sensibilidade do corpo e transformá-la em versos poéticos. Conduzido pela poeta e arteterapeuta Tatiana Leonel, o encontro traz um convite para apurar a capacidade de perceber, mesmo na aridez dos dias, narrativas singelas e descobertas que podem transformar o instante, abraçando o grande mistério que é a vida em todas as suas nuances.
Oficina via Zoom
Inscrições através do e-mail (festivaldepoesiadelisboa@gmail.com) até 12 de outubro
Das 15h às 17h
Painel “Escrevo, logo r-existo: o poder da poesia em processos dolorosos da existência”, com Daniel Blume, Mailson Furtado e Tatiana Leonel
A poesia cura. A partir desta premissa, os poetas Daniel Blume, Mailson Furtado e Tatiana Leonel vão discutir a função da escrita poética em diferentes contextos, a exemplo do luto, imigração, transtornos psicológicos, perda de capacidade motora, dentre outras situações, que fazem com que muitos se agarrem às letras e afrontem suas dificuldades com a delicadeza dos versos, transformando a dor em beleza e contribuindo, inconscientemente, para a vida de outras pessoas. Tatiana Leonel, vai abordar a sensibilidade da perspectiva da mulher poeta e artista visual, Daniel Blume vai contar sobre o desafio de ser poeta e jurista e em como seu cotidiano é fonte de inspiração para sua escrita e Mailson Furtado Viana, poeta do sertão do Brasil e vencedor do 60º Jabuti, elucidará a importância de ser um autor independente e de lutar pelo seu espaço no mundo literário, independente das dificuldades encontradas no caminho. A conversa tem mediação de Carla De Sá Morais, organizadora do Festival de Poesia de Lisboa.
*Transmissão ao vivo na página do Facebook do Festival de Poesia de Lisboa (www.facebook.com/FestivaldePoesiadeLisboa)
Poética infantil e estereótipos sociais
Oficina de leitura e escrita com Gustavo Prudente
A literatura para a primeira infância tende a se confundir com a literatura poética. Por se valer de textos curtos, sem necessariamente precisar da complexidade narrativa da prosa, os livros para os pequeninos acabam se parecendo com (e muitas vezes são) poemas. Mas apesar de seu caráter inspirador, essa literatura também pode estar cheia de estereótipos que vão na contramão da construção de um mundo mais equânime e justo. Como reconhecer estereótipos e clichês sociais na literatura infantil? Como produzir textos que contribuam para a R-existência de pessoas e povos? Essas são as perguntas norteadoras dessa oficina teórica e prática, liderada por Gustavo Prudente, curador do Festival e coordenador da Helvecia Jr., programa destinado a famílias e promovido pela editora suíço-brasileira Helvecia Edições.
Oficina via Zoom
Inscrições através do e-mail (festivaldepoesiadelisboa@gmail.com) até 12 de outubro
Serviço:
5ª edição do Festival de Poesia de Lisboa
Período: 18 a 24 de outubro
Transmissão via canais digitais: Instagram/FestivaldePoesiadeLisboa e
Facebook/FestivaldePoesiadeLisboa
Informações para imprensa:
Ane Tavares – aneftavares@gmail.com
11 98865-2580