"QUARENTENA OU A LIBERDADE DENTRO DE UMA CAIXA" MÁRIO MÁXIMO
Escrito por Jorge Gaspar em Julho 7, 2020
Chancela Edições Fénix
Em tempo de Pandemia, a Novidade Editorial de Mário Máximo.
Para Tomás Augusto, um jovem jornalista em quarentena,
a liberdade tornara-se uma palavra dentro de uma caixa.
Tudo acontecera demasiado depressa.
Da aparente
segura distância dos acontecimentos sanitários de Wuan,
na China (em Dezembro de 2019), até à inquietante e
assustadora proximidade da sua eclosão também na
Europa e em Portugal (e no resto do mundo) foi o tempo
de dois ou três meses.
Sobreveio o medo do contágio e o modo de vida das
sociedades alterou-se, de um dia para o outro, em todo
o mundo. A morte de um grande amigo (colega da
redação do jornal onde trabalhava), infetado com o novo
coronavírus, foi a razão próxima que o empurrou para o
assumir de uma missão: o ser correspondente de guerra
da pandemia. A razão remota foi o facto de desejar fazer
jornalismo de investigação.
A nível pessoal, numa noite de amor e imprudência perante
os riscos de contágio, confirmou ter encontrado a
mulher que viria a reconciliá-lo com o amor; mas nessa
mesma noite também viu o sofrimento, à sua frente, de
um sem-abrigo tomado por dolorosos sintomas covid 19.
Foi a partir dessa noite que se sentiu compelido a assumir,
apesar do confinamento, a vida que ri, que chora,
que sofre, que tem desejos e sonhos. E que pode ter medo
mas quer ser livre e feliz. E quer servir. No caso de Tomás
Augusto, servir colocando o jornalismo sério mas arrojado
ao serviço da Humanidade. Lutar contra a pandemia
tinha de ser uma forma de lutar a favor da Humanidade.
Se a saúde era o meio, a liberdade de existir em sociedade
era o fim último.