“TWEETS COM CORAÇÃO” RUBRICA SEMANAL DE MÁRIO MÁXIMO
Escrito por Jorge Gaspar em Outubro 19, 2020
O CORTE
Há quem olhe os seres humanos como animais sem direitos. Aliás, se não reconhecem
direitos aos seres humanos como hão de reconhecê-los aos animais?
Há quem julgue que a sua verdade é tão insofismável que quem a ela se oponha deve
incorrer numa condenação e numa punição.
As verdades religiosas são as que constituem maior perigo. Os crimes em nome de
Deus e das religiões são sempre os mais permanentes e os mais sádicos. A Santa
Inquisição que o diga…e que o diga, agora, o fundamentalismo islâmico…
Há quem ache que um homem pode casar com uma menina de sete, oito ou dez anos.
E nós ficamos a imaginar o que um canalha desses irá fazer com a menina com quem
casou…quando ela devia era brincar às casinhas e às bonecas…
Há quem ache que o clitóris deve ser excisado para que as meninas fiquem mais puras.
E, para ser perfeito, o cometimento do crime é feito pelas mulheres da família dessas
infelizes meninas… Nunca mais um sonho será possível às meninas que assim forem
violentadas.
Há quem seja de tal modo menorizado enquanto ser humano que se deixa reduzir à
dimensão da besta. Radicalizar é a palavra. Nessa escola de radicalização tornam-se
homens undimensionais. Homens de um só sentimento: o ódio. Homens de um só ato:
a vingança. De preferência infligindo um sofrimento atroz.
Em Paris, um jovem de dezoito anos degolou um professor por, supostamente, ter
falado de liberdade e ter mostrado umas caricaturas de Maomé aos alunos. E o odioso
assassino, de faca em riste, terá gritado: “Deus é grande”.
E eu grito ao odioso assassino: “Tu, és pequeno como o nada!”.