"TWEETS COM CORAÇÃO" RUBRICA SEMANAL DE MÁRIO MÁXIMO
Escrito por Jorge Gaspar em Agosto 26, 2020
O CHÁ DAS CINCO EM MOSCOVO

A árvore do chá, como quase tudo, veio do oriente. As gloriosas descobertas portuguesas levaram a que a partir dos inícios do séc. XVI beber chá se tornasse um hábito…em Portugal.
O chá parece ter sido levado para a Inglaterra por uma rainha portuguesa que reinou…em Inglaterra. De sua graça: Catarina de Bragança. E aqui se comprova que não precisamos que nos ensinem boas maneiras. Nós também sabemos e podemos ensiná-las…mesmo aos ingleses que estereotipamos de afetados, cheios de maneirismos e de “Oh, my God!”…
A roleta russa é uma realidade (muito ficcionada) que terá surgido nos momentos de ócio e/ou desespero do exército russo de outros tempos. De vez em quando, há filmes que falam da roleta russa, como esse grande filme que dá pelo título de “O Caçador” (mas que não se passa na Rússia).
Em 2015, Boris Nemtsov, principal opositor de Putin, foi assassinado a tiro, quando passeava com uma senhora em frente ao Kremlin. Não consta que o malogrado Boris (não Yeltsin!) tenha sequer tentado jogar à roleta russa. Foi despachado…e pronto!
Há dias, Alexei Navalny (principal opositor russo da atualidade!) ia de avião e resolveu beber chá. Acabou em agonia, o avião teve de aterrar de emergência e lá foi conduzido a um hospital russo onde médicos muito experimentados documentaram que não houve envenenamento.
Após insistência da família, Navalny foi para um hospital alemão que, cheio de médicos incompetentes, declarou que teria havido envenenamento.
De uma coisa estou certo: este atentado com chá foi muito mais civilizado. E bateu aos pontos aquela brutalidade, sem sequer a gentileza de uma boa roleta russa, do tiroteio sobre Nemtsov. As boas maneiras aprendem-se.
Conselho: se for a Moscovo não aceite participar numa sessão de chá das cinco.