ÚLTIMOS DIAS DO ESCRITOR EM "NINGUÉM É GARRETT" NO TEATRO EXPERIMENTAL CASCAIS ATÉ 17 MARÇO.
Escrito por Jorge Gaspar em Fevereiro 27, 2019

Teatro Experimental de Cascais estreia “Ninguém é Garrett” e revê últimos dias do escritor
Os últimos dias de Almeida Garrett são o pano de fundo da peça inédita de José Jorge Letria “Ninguém é Garrett”, que o Teatro Experimental de Cascais (TEC) estreia na quinta-feira, no Museu Condes de Castro Guimarães, em Cascais.
Trata-se da 159.ª produção do TEC e é dirigida por Rodrigo Aleixo, um jovem encenador saído da Escola Profissional de Teatro de Cascais.
A ação de “Ninguém é Garrett” decorre em 1854, na sala de estar da que era então a nova casa de Almeida Garrett, na antiga freguesia lisboeta de Santa Isabel, atual Campo de Ourique, naqueles que serão os últimos dias do escritor, que morreu em 09 de dezembro desse ano.
Gomes de Amorim e Gonçalves, dois amigos do autor de “Viagens na minha terra” até à morte deste, preparam tudo para receber o político e combatente liberal na sua nova residência, de modo a que nada lhe falte.
Numa obra que fala sobre as relações de amizade, José Jorge Letria dá ainda a conhecer a forte ligação de Garrett com os escritores Gomes de Amorim e Alexandre Herculano.
A paixão sofrida que Almeida Garrett manteve com Rosa de Montúfar, viscondessa da Luz, com quem trocou cartas de amor e que, segundo especialistas da sua obra, terá motivado a coletânea de poemas “Folhas caídas”, é também abordada nesta peça que não deixa de contar a vida de ‘dandy’ de Almeida Garrett.
A derradeira casa de Garrett, situada em Campo de Ourique, nos números 66 a 68 da rua Saraiva de Carvalho, em Lisboa, foi demolida em 2006.
Com espaço cénico e figurinos de Fernando Alvarez, a peça é interpretada por Beatriz Beja (Maria Adelaide, uma das três filhas do segundo casamento de Garrett), João Pecegueiro (Gomes de Amorim), Luiz Rizo (Almeida Garrett), Pedro Russo (criado), Rodrigo Cachucho (Gonçalves), Sérgio Silva (Alexandre Herculano) e Teresa Côrte-Real (Rosa de Montúfar).
A peça fica em cena na Casa-Museu dos Condes de Castro Guimarães até 17 de março, e pode ser vista de quinta-feira a sábado, às 21:30, e, aos domingos, às 16:00.