UMA NOVA PANDEMIA?

RUBRICA SEMANAL DE MÁRIO MÁXIMO 

Internacionalmente, vive-se um tempo confuso devido ao perigo representado pela pandemia que se instalou há um ano e um mês. Um perigo de que se conhecem as consequências na saúde de quem sofre a infeção pelo novo coronavírus, infeção que leva à morte numa contabilidade que assusta.

Muitas dúvidas se levantam. Para já não se conhecem as razões profundas de ter aparecido esta pandemia. Há uma equipa de investigadores internacionais em Wuhan, lugar onde talvez as coisas tenham começado. Ainda não é possível responder se foi uma transmissão de vírus de animais para humanos (vírus hospedado em animais exóticos vendidos em mercados para alimentação) ou se terá havido fuga de vírus em grave incidente de laboratório. Há quem diga que o vírus ‘já andava por aí’, até na Europa, antes de Wuhan vir até ao nosso conhecimento.

As vacinas para combaterem o novo coronavírus surgiram em tempo recorde. Aqui, deixo o meu reconhecimento à comunidade científica internacional. Todavia, não sabemos durante quanto tempo dura a imunidade após a vacina ser inoculada no ser humano. Talvez tenhamos que assumir, como alguém já afirmou, que o novo coronavírus veio para ficar e que teremos que aprender a viver com ele, tal como ‘aprendemos(?)’ a viver com o vírus da imunodeficiência adquirida. Ou, talvez aconteça como aconteceu com a pneumónica: chegou, assustou, ceifou milhões de vidas por todo o mundo e…disse adeus.

Também não sabemos até que ponto é que as pessoas infetadas, depois de chegarem a uma efetiva cura, ficarão afetadas. Quais serão as sequelas e até que ponto influenciarão negativamente a qualidade de vida (durante algum tempo ou para sempre) de milhares ou de milhões de pessoas.

De uma coisa eu estou certo: a aposta em serviços nacionais de saúde bem apetrechados é uma obrigatoriedade para uma política que acautele o futuro da Humanidade. Eu diria que todo o investimento em saúde será curto, porque se trata de um investimento cada vez mais essencial. Acho melhor que se acabe com os lucros ilícitos em offshores e que se canalize para a saúde o ‘dinheiro reencontrado’.

Bill Gates e outros cidadãos do mundo, geralmente muito melhor informados do que os restantes cidadãos, têm falado de que outra pandemia pode estar a bater-nos à porta e que poderá ter efeitos devastadores superiores a uma guerra declarada. Ao nível de Portugal, por exemplo, sabemos que com a presente pandemia irão morrer mais mulheres e homens do que aquelas e aqueles que morreram durante a Guerra Colonial.

Talvez seja melhor tratarmos de preparar, em todo o mundo, os serviços nacionais de saúde, os hospitais e todas as instituições ligadas à saúde para algo muito pior do que o está a ser a atual pandemia. Dizem que o seguro morreu de velho. E eu acrescento que a Humanidade precisa mesmo de fazer esse seguro.

TWEETS COM CORAÇÃO

By MÁRIO MÁXIMO