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UNIÃO FREGUESIAS ALMADA, COVA DA PIEDADE, PRAGAL E CAÇILHAS CONVIDA

Escrito por em Novembro 22, 2020

Para assistir à peça “PRELÚDIO AO REI LEAR” no dia 4 de Dezembro às 21 horas.

Deve ser levantada a carta/convite num dos quatro Postos de Atendimento – Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas – até ao dia 25 de Novembro.

A cultura para todos é uma das causas por que luta e trabalha a União das Freguesias de Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas.
Assim, ao abrigo do protocolo assinado com o Teatro Municipal Joaquim Benite, a UF-ACPPC vai oferecer bilhetes à população para a comédia “Prelúdio ao Rei Lear”, em cena no TMJB, com texto de Ferenc Molnár, encenação de Rodrigo Francisco e interpretação de Rui Mendes, André Albuquerque, André Gomes, Erica Rodrigues, Ivo Marçal, João Farraia, João Gadelha, João Tempera e Pedro Walter.


Esperamos que se divirta com esta comédia em um acto que põe o teatro dentro do teatro e leva o espectador aos bastidores de um palco horas antes de subir à cena a peça Rei Lear, de William Shakespeare. O que se passa nesse período de tempo mete traição, ciúme, enganos e desenganos.

COMPANHIA DE TEATRO DE ALMADA

Texto de Ferenc Molnár | encenação de Rodrigo Francisco

Escrita por William Shakespeare entre 1605 e 1606, a peça Rei Lear é a obra teatral que serve de pano de fundo a este texto de Ferenc Molnár (1878-1952) – jornalista, novelista e prolífico dramaturgo, um dos expoentes da literatura húngara da primeira metade do século XX. Conhecido já do público do Festival de Almada, em cuja edição de 2017 foi programada a sua peça mais afamada, Liliom ou a vida e a morte de um vagabundo, o teatro de Molnár regressa em 2020 ao grande palco de teatro de Almada com um dos seus textos menos conhecidos: a comédia sardónica em um acto Prelúdio ao Rei Lear, escrita em 1921, numa encenação assinada pelo director artístico da Companhia de Teatro de Almada, Rodrigo Francisco. Integrando um conjunto de três pequenas peças zombeteiras sobre os bastidores do teatro, Prelúdio ao Rei Lear tem uma trama que põe o teatro dentro do teatro.

Estamos a poucas horas da abertura do pano. Bánáti – a figura principal da companhia de teatro e protagonista do Rei Lear que está em cena – irrompe desesperado palco adentro: é perseguido por um marido ciumento, que o apanhou em flagrante delito com a sua esposa, e que chega pouco depois munido de uma pistola, disposto a acabar com a raça do cabotino usurpador. Este marido traído é professor de literatura na universidade e, por sinal, especialista em Shakespeare, cujos versos Bánáti declama como ninguém: circunstância que será, de resto, fulcral para o desenlace da peça.

Intérpretes André Albuquerque, André Gomes, Erica Rodrigues, Ivo Marçal, João Farraia, João Gadelha, João Tempera, Pedro Walter e Rui Mendes
Cenografia Jean-Guy Lecat
Figurinos Ana Paula Rocha
Desenho de luz Guilherme Frazão
Som Andreia Mendrico

Direcção de produção Carlos Galvão
Produção Paulo Mendes
Direcção de montagem Guilherme Frazão
Montagem Andreia Mendrico, Carlos Janeiro, Daniel Polho, Filipe Cabrita, Ivan Teixeira, Paulo Horta e Tiago Oliveira
Operação de luz e som Daniel Polho
Ponto Carlos Fartura
Contra-regras Ivan Teixeira e Paulo Horta

Comunicação Miguel Martins
Edições Sarah Adamopoulos
Grafismo João Gaspar e Joana Azevedo
Fotografia Rui Carlos Mateus e Luana Santos

Agradecimentos: Bombeiros Voluntários de Almada, Museu Nacional do Teatro e da Dança, Joias Silva Teles, Teatro Experimental de Cascais e Teatro Nacional de São Carlos.
A máquina de vento utilizada no espectáculo é da autoria do cenógrafo José Carlos Barros.

O meu coração, os nossos corações, não são tão obedientes que se abram logo à primeira. Olhe, Senhor, eu vejo-me obrigado, ano após ano, a falar com os corações alheios. Cada vez que abro a boca para dizer alguma coisa … uma vez é Shakespeare quem me impõe silêncio com um “pst, agora sou eu a falar” – depois é Molière quem me repreende e depois Bernard Shaw ou Garrett… Sempre que eu aqui estou de olhos a brilhar, todo eu febril, de cabeça erguida, na ânsia de abrir o meu coração… sempre, repito, há sempre outro que fala pela minha boca. E o nosso pobre coração acaba por se ofender, torna-se num recluso, e nem se atreve a chegar-se outra vez à porta; cisma e envelhece. Sim, meu caro Senhor, é muito difícil persuadi-lo a revelar-se outra vez. As palavras saem facilmente ao actor. Mas é algo diferente. Isto é mesmo assim. E como deve calcular, com esta confissão também o meu manto real me caiu dos ombros.


(fala do actor que interpreta Lear)


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