VENCEDORES PRÉMIO INTERNACIONAL DE POESIA ANTÓNIO SALVADO
Escrito por Jorge Gaspar em Fevereiro 22, 2021
CIDADE DE CASTELO BRANCO 2021
EM LÍNGUA PORTUGUESA
Vencedor: Joaquim Fernando Rana Fitas, com o livro Elegia dos pássaros
Menção Honrosa: Renato Filipe e Silva Cardoso, com o livro passageiro do real
EM LÍNGUA ESPANHOLA
Vencedor: Ernesto Luis Orozco Román, com o livro Ángel Áspero
Menção Honrosa: Maria Alejandra Chemes, com o livro Armadura y escotes
GANADORES DEL PREMIO INTERNACIONAL DE POESÍA
ANTÓNIO SALVADO CIUDAD DE CASTELO BRANCO 2021
EN LENGUA PORTUGUESA
Ganador: Joaquim Fernando Rana Fitas, con el libro Elegia dos pássaros
Accésit: Renato Filipe e Silva Cardoso, con el libro passageiro do real
EN LENGUA ESPAÑOLA
Ganador: Ernesto Luis Orozco Román con el libro Ángel Áspero
Accésit: Maria Alejandra Chemes, con el libro Armadura y escotes
O poeta Alberto Pereira foi um dos 13 finalistas em língua portuguesa do Prémio Internacional de Poesia António Salvado 2021.
O poeta João Rasteiro, com a obra, “CENTEIO e alguns poemas no estômago”, foi um dos 13 finalistas em língua portuguesa do Prémio Internacional de Poesia António Salvado 2021.
ANTÓNIO SALVADO
Nasceu em Castelo Branco. Concluído o curso liceal, vai para Lisboa, dando início à sua formação académica: licenciatura em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa; Curso de Cultura Francesa, na Sorbonne, em Paris, como bolseiro do Governo Francês. Ainda aluno da Faculdade de Letras de Lisboa, publica o seu primeiro livro de poemas – A FLOR E A NOITE – (embora já anteriormente em Castelo Branco houvesse editado dois folhetos de versos e colaborado com mais versos no jornal Reconquista). Por essa altura começa a publicar artigos de conteúdo literário no Diário de Notícias e noutros periódicos, faz crítica a livros em revistas, organiza e edita com Herberto Helder as Folhas de Poesia – revista nascida na hoje célebre tertúlia de jovens artistas plásticos e poetas, e não só, que reuniam no Café Gelo, em Lisboa. Na capital, os seus interesses multiplicaram-se e frequenta com a maior assiduidade e pessoal benefício os meios artísticos, literários, museológicos e musicais – frequência cujos frutos se veriam mais tarde nas suas actividades profissionais ou de animador cultural.
Lecciona, entretanto, no ensino secundário, em Lisboa, no Liceu Passos Manuel e no Colégio Militar. Resolve depois voltar a Castelo Branco e continuará a sua docência no Liceu de Nun’ Álvares. Mais tarde, é aberto concurso para a direcção do Museu Tavares Proença (entretanto passado para a tutela do Estado), ganha o referido concurso e durante anos será o Director-Conservador daquele museu. Da sua relevante acção muito escreveram a imprensa regional, nacional e até internacional. Durante esses anos estabelece firmes contactos literários e museológicos com universidades e museus espanhóis (que ainda hoje se mantêm) e dos quais resultaram exposições, cursos, escavações arqueológicas, conferências, encontros, colóquios, congressos, etc..
Com o tempo, a poesia de António Salvado ia despertando largo interesse e, como exemplo, hoje o poeta albicastrense é dos poetas portugueses mais traduzidos em espanhol. Acrescente-se, aliás, que poemas seus integram, traduzidos, importantes revistas e antologias francesas, italianas, inglesas, russas, japonesas e outras. Também no Brasil (e em consequência de relações com intelectuais brasileiros), a União Brasileira de Escritores distingue o poeta com o Diploma de Personalidade Cultural e com o Prémio Internacional de Poesia Lyade de Almeida. Exonerado, por finda a comissão de serviço como Director do Museu Tavares Proença, ingressa na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco, onde leccionou várias cadeiras das áreas das letras e das artes.
O seu nome vai-se internacionalizando e um grupo de estudiosos leva a efeito em Castelo Branco um Colóquio sobre a Poesia de António Salvado, que recebe a participação de intelectuais nacionais e estrangeiros. Um outro conjunto de intelectuais organiza e faz editar dois volumes constituídos por poemas-homenagem a António Salvado, de poetas de quase todo o mundo, a que chamaram intencionalmente O Extenso Continente.
Com o passar do tempo, a sua bibliografia activa engrossa-se com dezenas de livros de poesia, com numerosos ensaios de variadas temáticas, com a organização de antologias que ultrapassa a dezena, com a edição e estudo de autores portugueses (saliente-se Poesias Completas de João Roiz de Castelo Branco), com inúmeras traduções (do espanhol, do italiano, do francês, do catalão) em livro ou em revistas, com a direcção de publicações culturais.
A bibliografia passiva relativa à sua acção cultural ou à sua obra literária materializa-se em milhares de referências em críticas, em estudos, em ensaios.O conjunto da sua obra tem merecido muitíssimas distinções. Eis algumas:
- GRAU DE COMENDADOR DA ORDEM MILITAR DE SANTIAGO DA ESPADA (6 FEV. 2010) – da Presidência da República Portuguesa
- MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL – do Ministério Português da Cultura
- TÍTULO DOUTOR HONORIS CAUSA – da Universidade da Beira Interior (10 OUT. 2016)
- MEDALHAS DE PRATA E OURO, DIPLOMAS DE RECONHECIMENTO, ESTATUETAS E PLACAS LAUDATÓRIAS OU COMEMORATIVAS, etc. – de universidades, academias, municípios, associações, órgãos de comunicação social portugueses e de além-fronteiras.
O Prémio Internacional de Poesia António Salvado – Cidade de Castelo Branco nasce de opções programáticas assumidas pela Câmara Municipal e pela Junta de Freguesia de Castelo Branco que procura materializar-se através de uma atuação centrada em duas vertentes complementares – um olhar atento e proativo sobre a realidade cultural local e, simultaneamente, uma aposta decidida na valorização de figuras que pelo seu percurso de vida e valor da obra realizada tenham adquirido, por mérito próprio, direito ao reconhecimento e à gratidão.
É este o contexto que associa a Câmara e a Freguesia ao Prémio agora instituído. António Salvado preenche de forma exemplar todos os requisitos para figurar na tribuna de honra.
Ao homenageá-lo, a Câmara Municipal e a Freguesia de Castelo Branco cumprem o duplo objetivo de promover a cultura e honrar aqueles que constituem o património vivo das comunidades a que pertencem